Redação (29/08/06)- O Índice de Atratividade do Agronegócio (IAT-Agro/CEPEA) teve queda de 7% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2005. O resultado menos favorável ao setor é atribuído à valorização do Real.
De fato, a valorização da moeda brasileira em relação a uma cesta de moedas dos principais parceiros do agronegócio do Brasil, medida pelo Índice de Câmbio do Agronegócio (IC-Agro/CEPEA), foi expressiva, de 15,87% entre os dois períodos.
Assim, nem mesmo o aumento de preços dos produtos exportados, de 10,21% no período, segundo o Índice de Preços de Exportação do Agronegócio (IPE-Agro/CEPEA), conseguiu segurar a atratividade do setor. Vale citar que essa reação dos preços foi puxada especialmente por produtos como carnes, açúcar, álcool e fumo, principalmente no mês de junho.
Apesar desse contexto bem menos favorável, o Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/CEPEA) teve uma queda relativamente pequena (cerca de 1%) entre os períodos analisados.
Ao fazer a análise integrada desses índices, pesquisadores do Cepea destacam duas razões principais para a continuidade das exportações. Uma delas é a necessidade de exportar mesmo sem atratividade econômica (remuneração obtida no mercado interno seria maior que a gerada com exportação), tendo em vista a impossibilidade de escoar no mercado interno o total produzido por alguns setores. Já para outros segmentos do agronegócio, ainda que tenha havido diminuição da atratividade para exportar, as vendas externas ainda seriam a melhor alternativa em comparação ao mercado interno estagnado.
Resultados melhoram no trimestre Abril/Maio/Junho
Comparando o trimestre abril, maio e junho de 2006 ao anterior (jan/fev/mar), o câmbio esteve ligeiramente melhor às exportações do agronegócio o Real desvalorizou 3,98% em relação a um conjunto de moedas (IC-Agro/CEPEA). No mesmo período, os preços dos produtos exportados (IPE-Agro/CEPEA) reagiram 7,66%.
O resultado foi um aumento da atratividade do agronegócio de 12% (IAT-Agro/CEPEA). Isso permitiu um aumento de 10,3% no volume exportado (IVE-Agro/CEPEA).
Para o segundo semestre, os preços internacionais sinalizam continuidade de alta. O comportamento do câmbio, portanto, irá novamente determinar a atratividade das exportações agro.