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Perdigão: Resultado reflete impactos da conjuntura internacional

<p>Cenário adverso não inibiu planos de expansão da empresa.</p>

Redação (15/08/06)- O balanço da Perdigão no segundo trimestre de 2006 reflete os efeitos da fase atípica vivida pela indústria de carnes desde o final do ano passado, em função da conjuntura internacional, com o desaquecimento da demanda de carne de frango decorrente da gripe aviária e do embargo russo à carne suína brasileira por causa da aftosa. Esse cenário pressionou as margens no período, comprometendo o desempenho da companhia.

Mesmo registrando resultado negativo, a empresa buscou manter o ritmo de crescimento que tem assinalado desde 1994, aproveitando o período para incrementar a capacidade no setor de carnes e diversificar suas atividades, dentro de um planejamento estratégico voltado à otimização de sua cadeia logística. Assim, passou a atuar no setor de lácteos com a aquisição da Batávia, fortaleceu a atividade de bovinos e movimentou os negócios com margarina.

Os esforços resultaram em boa performance no mercado interno durante o segundo trimestre, com crescimento de 17% nos volumes de carnes e de 9,5% em receita bruta em relação ao ano anterior. Os produtos processados também apresentaram bom desempenho, com aumento de 18,3% em volumes e 13,8% em receita ante a igual período de 2005.

As vendas internas no trimestre somaram R$ 801 milhões, impulsionadas principalmente pelas receitas de produtos in natura e pelas atividades de lácteos representaram 7,5% do faturamento total do mercado interno. O faturamento da atividade de lácteos somente foi consolidado a partir do mês de junho.

Já as exportações perderam participação no faturamento da companhia, registrando queda de 1,3% em volumes e 21,3% em receita ante o segundo trimestre de 2005. A Perdigão está enfrentando este ciclo conjuntural com medidas para a redução de custos e despesas e a implementação de projetos que favorecem o aumento de produtividade e a agregação de valor, podendo resultar em novas oportunidades para as exportações. Por outro lado, as expectativas para os próximos meses são positivas, uma vez que os mercados europeu e árabe estão retomando gradativamente os volumes tradicionais de compra e os preços estão se recuperando.

No trimestre, a receita bruta consolidada foi de R$ 1,4 bilhão, valor 6% menor em comparação ao mesmo período do ano passado, devido à pressão de queda dos preços médios, especialmente nas exportações, provocada pela superoferta de carne de frango em alguns países importadores e também no Brasil, apesar dos ajustes de produção feitos no trimestre anterior. Esse conjunto de fatores foi determinante para uma margem líquida negativa de 2,2%, resultando em um prejuízo de R$ 26,3 milhões.

O EBITDA apresentou redução de 89%, por conta da queda de preços e dos volumes de exportações.

As adversidades, porém, não frearam os planos de expansão da empresa, que investiu sem contar os cerca de R$ 110 milhões destinados à compra da Batávia mais de R$ 153,7 milhões no trimestre, valor 177,2% acima do aplicado entre maio e junho de 2005. Os recursos foram direcionados para as obras do novo complexo agroindustrial de Mineiros (GO) e ampliação e modernização de linhas de produção em suas unidades das regiões Sul e Centro-Oeste.

DESEMPENHO NO SEMESTRE

O mercado interno apresentou bom desempenho no primeiro semestre. O faturamento bruto atingiu R$ 1,5 bilhão, o que equivale a um aumento de 5,3% em relação ao acumulado até junho de 2005. Os volumes de carnes cresceram 15,4%, enquanto os demais produtos processados deram um salto de 27,2%. Tanto os preços médios quanto os custos baixaram, respectivamente 8% e 6,2%, se comparados a igual período do ano passado.

De acordo com dados Nielsen, o market share da Perdigão, no acumulado do ano, foi de 34,5% em congelados de carnes. A participação em industrializados de carnes chegou a 24,5%; em pratos prontos atingiu 36% e em pizzas congeladas foi de 34,8%. A posição de mercado da empresa passa a englobar a atividade de lácteo, em que a empresa Batávia tem participação de 12,9%.

No mercado externo, em decorrência dos fatores conjunturais já citados, as vendas somaram R$ 1,1 bilhão, queda de 22% ante ao primeiro semestre do ano passado. Os volumes de carnes apontaram decréscimo de 4,6%.

NÚMEROS DO TRIMESTRE (R$ milhões)

2o tri/06

2o tri/05

% Variação

Receita Bruta

1.392,8

1.483,2

(6,1)

Mercado Interno

801,1

731,6

9,5

Exportações

591,7

751,6

(21,3)

Receita Líquida

1.201,4

1.311,6

(8,4)

Lucro Bruto

251,7

368,6

(31,7)

EBIT

(20,5)

141,2

Resultado Líquido

(26,3)

83,5

EBITDA

17,6

159,6

(89,0)

Investimentos

153,7

55,4

177,2

Lucro por ação R$*

(0,20)

0,63

* Lucro por Ação (em R$) consolidado, excluindo as ações em tesouraria


NÚMEROS DO SEMESTRE (R$ milhões)

1o semestre/06

1o semestre/05

% Variação

Receita Bruta

2.621,9

2.854,8

(8,2)

Mercado Interno

1.521,9

1.444,9

5,3

Exportações

1.100,0

1.409,9

(22,0)

Receita Líquida

2.256,9

2.515,1

(10,3)

Lucro Bruto

501,2

697,7

(28,2)

EBIT

5,8

263,2

(97,8)

Resultado Líquido

(15,9)

155,3

EBITDA

79,3

301,9

(73,7)

Investimentos

247,6

114,3

116,6

Lucro por ação R$*

(0,12)

1,16

* Lucro por Ação (em R$) consolidado, excluindo as ações em tesouraria