Redação (19/07/06) – Atuando no vermelho desde o mês passado, quando o preço pago pelo quilo vivo de suínos despencou, suinocultores de Mato Grosso do Sul esperam com expectativa a visita da missão russa, que deve chegar dia 31 de julho em Campo Grande e visitar os municípios onde ocorreram focos de febre aftosa no ano passado (Eldorado, Mundo Novo e Japorã).
A grande expectativa é que a missão possa retirar o embargo à carne suína de Santa Catarina, o maior produtor do País, dando vazão à produção e melhorando os preços em todo o País, segundo explica o veterinário da Cooasgo, de São Gabriel do Oeste, João Antônio Rodrigues de Almeida.
De acordo com ele, desde junho a cooperativa, que fornece cerca de 20 mil animais ao mês para a Aurora, tem recebido R$ 1,30 pelo quilo vivo quando o custo de produção fica entre R$ 1,60 e R$ 1,65. No mercado independente, dos que fornecem para outros Estados, é pior, o produtor chega a receber R$ 1,00, conta. Almeida afirma que muitos ainda estão queimando gordura dos últimos dois anos, que foram considerados bons ao setor, mas a tendência é que em breve matrizes comecem a ser abatidas e a atividade reduzida.
Em 2004 e 2005 o criador conseguia produzir a R$ 1,60 e receber até R$ 2,80, contando prêmio. Com o bom momento, muitos investiram no aumento de plantéis, elevando a oferta, e além disso a febre aftosa pegou a todos de surpresa, restringindo o mercado das exportações, destino de 20% da produção nacional.
O Ministério da Agricultura espera que os russos possam liberar Santa Catarina do embargo, o que, segundo o setor de suinocultura equacionaria a questão. O superintendente federal de Agricultura, José Antônio Felício, afirma que a agenda inicial prevê que a missão chegue dia 31 em Campo Grande, tenha reunião na SFA, visitem o Friboi e no dia seguinte partam para o Conesul, onde ocorreram os focos.
Por não ser um bloco, como foi o caso da missão européia, ao meu ver a negociação é menos complexa. Não quero criar expectativa de que possam retomar as compras de suínos de Mato Grosso do Sul, mas o importante é que comprem do Brasil, afirma.