Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Embrapa Suínos e Aves observa alojamento em grupo de fêmeas gestantes

<p>O objetivo é apontar um modelo que conjugue bons resultados com aumento do bem-estar dos animais.</p>

Redação SI (12/07/06)- A Embrapa Suínos e Aves, unidade descentralizada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está estudando o alojamento de matrizes em grupo. A intenção, de acordo com o pesquisador Osmar Dalla Costa, é apontar um modelo que conjugue bons resultados com aumento do bem-estar dos animais. A pressão pela adoção de sistemas que melhorem as condições com que os suínos são criados será cada vez maior. Uma das prioridades é descobrir opções à cela individual para o alojamento de fêmeas gestantes, explicou o pesquisador.

Quase todas as granjas de suínos que produzem leitões no Brasil utilizam o modelo de produção com celas individuais. As fêmeas passam cerca de 80% da vida num espaço de 63 centímetros de largura, por 2,2 metros de comprimento e 1,05 metros de altura, em média. A cela individual pode gerar nas fêmeas problemas musculares, que com o tempo tornam difícil até mesmo os atos de deitar e levantar. O estresse que o confinamento provoca também leva o animal a comportamentos não naturais, como o morder repetidamente as barras de ferro das celas. Por outro lado, a cela garante que a fêmea terá uma alimentação adequada e reduz a mortalidade dos leitões, lembrou Osmar Dalla Costa.

Na Europa, a opção pelo bem-estar das fêmeas gestantes já virou lei. A partir de 1 de janeiro de 2013, o alojamento em gaiolas não será mais permitido. É provável que os países interessados em vender carne suína aos europeus tenham que dar conta do mesmo procedimento. Como o Brasil quer ocupar espaços mais amplos no mercado internacional de carne suína, certamente terá que dar mais atenção às questões de bem-estar animal, alertou Dalla Costa.

As pesquisas da Embrapa tentarão resolver um dos problemas principais do alojamento em grupos de fêmeas gestantes. Em baias coletivas, há a possibilidade dos animais mais fortes impedirem o acesso adequado dos mais fracos à ração. Além disso, brigas entre as fêmeas podem gerar lesões e estresse, que interferem na gestação. Preliminarmente, observações de campo da Embrapa Suínos e Aves mostram que o mais indicado é um sistema misto. As fêmeas ficam 36 dias numa cela individual e passam o restante dos 114 dias da gestação em baias coletivas, revelou Osmar Dalla Costa.

Os dados recolhidos por meio das observações de campo mostram que, após os 36 dias de gestação, não se alteram os índices de nascimento de leitões, mesmo que a fêmea seja colocada numa baia coletiva. Uma das questões que resta resolver é a melhor forma de servir a ração, garantindo que todos os animais tenham acesso à alimentação na medida correta. Outro obstáculo é o mais espaço exigido pelo alojamento em grupo exige na maternidade. A Embrapa Suínos e Aves vai desenvolver projetos de pesquisa nos próximos anos para apresentar recomendações de manejo aos suinocultores que desejam abrir mão das celas individuais.