Redação SI (08/06/06)- O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Rubens Valentini, destacou, em entrevista a Agência SAFRAS, que a forte queda nas exportações de carne suína no mês de maio pode ser atribuída a problemas nos portos, oriundos das greves envolvendo a Anvisa e a Receita Federal. “A exportação não caiu apenas pela Rússia”, disse.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, foram exportadas 6,4 mil toneladas de carne suína in natura em maio, com receita de US$ 11,8 milhões, com queda de 82,3% em receita e 80,2% em volume no comparativo com abril deste ano.
O diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (SIPS), Rogério Kerber, questiona estes números. “Não temos os dados finais das exportações de maio, que devem ser fechados até sexta-feira, mas posso dizer que o Rio Grande do Sul exportou pelo menos o dobro”, disse.
Para Rubens Valentini, ainda que esses números venham a ser corrigidos pela Secex as exportações não devem fugir muito disso. “Embora o Rio Grande do Sul esteja apto a exportar para a Rússia, os embarques sempre demoram a ocorrer e isso acaba refletindo no mercado. Além disso, se levarmos em conta que o Brasil tem exportado cerca de 50 mil toneladas por mês, se tirarmos os 65% exportados para a Rússia e alguma parte enviada para a União Européia então o volume que sobra não fica muito distante do divulgado pela Secex”, comenta.
O dirigente não acredita em uma reabertura rápida do mercado russo, apesar do presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, estar participando na Rússia da comitiva liderada pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega.