Redação (07/06/06) – O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, calcula que neste período a cadeia produtiva amargou um prejuízo próximo dos R$ 300 milhões. “São em torno de 500 mil animais abatidos por mês. Se cada quilo valer no mínimo R$ 1, teremos um prejuízo mensal de R$ 50 milhões”, mostra o dirigente, assinalando que mais de 60% dos suínos produzidos no Estado eram destinados para o mercado russo.
Desde que o embargo vigorou, em dezembro, os suinocultores perderam mais de R$ 1 por quilo vivo comercializado. A cotação inicial, que era de R$ 2,50, caiu para os atuais R$ 1,40. Souza citou que em alguns casos os compradores chegam oferecer R$ 0,95. “Tem criador sendo excluído da atividade em Santa Catarina”, afirma.
O suinocultor Paulo César Winckler, 54 anos, pretende entregar hoje os 312 suínos engordados em Linha Água Amarela, interior de Chapecó. Em 136 dias de confinamento, os animais apresentam peso médio acima dos 120 quilos. Satisfeito, Winckler explica que a conversão alimentar foi excelente. Ele espera faturar entre R$ 12 e R$ 13 por animal. “No último lote ganhei R$ 6 por cabeça”, relembra.
Para tentar retomar as vendas internacionais, a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Suínos (Abipecs) e o Ministério da Agricultura devem enviar representantes à Rússia neste mês. Uma missão russa também deve chegar ao Brasil em junho com o objetivo de esclarecer pendências relacionadas ao controle da febre aftosa ocorrida em Mato Grosso do Sul e Paraná no ano passado.
Enquanto a Rússia não volta a comprar, algumas alternativas estão sendo viabilizadas no Estado para tentar escoar a produção represada. O governo estadual retirou o ICMS da carne suína e hoje os suinocultores se reúnem em Florianópolis com supermercadistas e frigoríficos para negociar a venda de carne dentro do Estado.