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Agricultores preparam novas manifestações

<p>Uma reunião será feita hoje na sede da Federação da Agricultura do Estado do Paraná.</p>

Redação (29/05/06)- Representantes de 187 sindicatos rurais do Paraná estão sendo esperados para uma reunião hoje na sede da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), em Curitiba, para definir novas formas de pressão sobre o governo federal, visando a ampliação dos benefícios do Plano de Safra anunciado na quinta-feira. As medidas não agradaram os agricultores, sobretudo no que se refere ao prazo para pagamento de dívidas com bancos e a restrição de recursos para compromissos com fornecedores.

Nas várias reuniões realizadas nas microrregiões do Estado desde quinta-feira, a reclamação foi recorrente. Os agricultores esperavam que o prazo para pagamento de dívidas, que foi fixado em 4 anos para o Paraná, fosse de pelo menos 10 anos. Além disso, como não têm inadimplência apenas com bancos, mas também com fornecedores de insumos, eles aguardavam uma linha facilitada de financiamento para este fim. De acordo com a Faep, no Paraná há pelo menos 80 mil produtores rurais com esse problema.

Mas não há unanimidade sobre a forma de pressão a ser utilizada. Alguns entendem que o fechamento de rodovias e de ferrovias, que foi estendido por cerca de 15 dias, não surtiu os efeitos desejados e precisa ser trocado por medidas mais radicais, que atinjam diretamente o governo. A decisão sobre a nova forma de pressão, que conte com o apoio da maioria dos sindicatos rurais e que tenha repercussão em outros Estados, deve ser tomada na reunião de hoje.

Negociação

Enquanto isso, líderes das entidades representativas do setor devem continuar a discussão política em Brasília. O presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslowski, anunciou que vai participar de reuniões na quarta-feira para tentar ampliar as medidas já anunciadas.

Entre os objetivos da entidade está a inclusão de culturas não contempladas na prorrogação de custeio, como feijão e mandioca, além da pecuária; o aumento no prazo de recomposição das dívidas para 10 anos, com taxa de juros de 3% ao ano; e criação de linha de crédito a taxa de juros de 8,75% ao ano para prorrogação de dívidas não contempladas pelas medidas, oriundas da compra de insumos.

O plano anunciado na semana passada pelo governo prevê R$ 50 bilhões em financiamento para a agricultura. Na safra passada, foram R$ 44,35 bilhões. O plano incluiu medidas para reduzir os custos de produção, mas não foi considerado suficiente pelos agricultores.