Redação (19/05/06) – O objetivo é propor um acordo de cooperação técnica entre Brasil e Rússia, que possibilite que os russos produzam parte da carne suína que consomem, através de ações conjuntas para o intercâmbio de tecnologia. “A Federação russa tem necessidade premente de aumentar a produção e a qualidade de alimentos derivados de carnes suínas e de aves; e as tecnologias aplicadas em Santa Catarina podem servir de referência para estimular e aumentar a produção naquele país”, explica o Secretário. A partir de sua assinatura, o acordo será válido por dois anos.
O Acordo de Cooperação Técnica vale para o intercâmbio de tecnologias na área de suinocultura e avicultura – em especial nos campos de sanidade animal, genética, alimentação animal, tecnologia de agroindústria. Estão previstas ainda viagens de estudos, missões e visitas técnicas para viabilizar a transferência de tecnologia e a execução das ações, assessoramento conjunto na organização de sistemas de produção, integração e organização das cadeias produtivas de suínos e aves; intercâmbio mútuo de dados e informações estatísticas.
“Queremos estimular o crescimento das transações comerciais e fluxos de investimentos entre Santa Catarina e a Federação Russa através de projetos conjuntos. O acordo não prejudica as futuras exportações do Estado para aquele país, pois são muitas as limitações além do clima, a Rússia não produz milho para as rações, por exemplo”, explica. De acordo com o Secretário, é muito lógico que a Rússia queira, por razões estratégicas, diminuir a dependência na área de carnes. “É lógico também que não queiram permanecer importando mais de um milhão de toneladas de nossa carne. Por outro lado, Santa Catarina não pode deixar de exportar, o que significa prejuízos não só para as agroindústrias, mas para toda a cadeia produtiva. Com esta cooperação técnica esperamos vencer os obstáculos do bloqueio”, disse.
A cooperação técnica não implica em ônus ou repasse de recursos financeiros por parte do Estado de Santa Catarina. Os custos das ações a serem desenvolvidas por técnicos brasileiros na Rússia serão custeados por empresas do setor privado brasileiro, interessadas nos resultados do Acordo.
Os custos das ações a serem desenvolvidas por técnicos russos no Brasil serão custeados pelo Ministério da Agricultura da Federação Russa ou empresas do setor privado russo.
“Essa é mais uma tentativa de liberar as nossas exportações para a Rússia. O acordo sanitário Brasil Rússia diz que, quando da ocorrência de um foco de febre aftosa em um Estado, os Estados vizinhos ficam desabilitados por um ano. Esta é a razão pela qual não estamos exportando para a Rússia. Em algumas ocasiões as autoridades russas não têm seguido o acordo à risca, mas neste momento estão bastante rigorosas”, completou.
O Secretário foi acompanhado do engenheiro agrônomo Airton Spies, chefe do Centro de Estudos de Safras e Mercados da Secretaria, que vai assessorá-lo na parte técnica.