Redação (04/05/06) – As principais lideranças rurais do Estado foram em coro até o governador Blairo Maggi cobrar a participação física do chefe do poder Executivo nos protestos do movimento Grito do Ipiranga, que já atingem 30 cidades mato-grossenses. Sabemos que ele é favorável aos protestos, mas precisamos da sua presença. Fomos aliados e agora precisamos da força que ele representa, declara o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá), Helmut Lawisch. Blairo não falou com a imprensa, mas os produtores afirmaram que ele se comprometeu a acompanhar de perto o movimento, mas, por questões de agenda, não anunciou qualquer itinerário.
O encontro de ontem com o governador, no Palácio Paiaguás, durou cerca de duas horas e, além da presença do governador, os mais de 20 líderes rurais insistiram na desoneração de cerca de cinco pontos percentuais da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no óleo diesel, que passaria de 17% para 12%. O diesel é um dos principais insumos da atividade agrícola. O governador se comprometeu a estudar este pleito, afinal é preciso obter uma outra fonte de recursos para concessão desta redução. O ICMS sobre o diesel é uma das principais fontes da receita própria estadual, relata Lawisch. Questionado sobre a receptividade do governador a um assunto que a Secretaria de Fazenda já sinalizou ser contra (a redução sobre o diesel), há menos de um mês, Lawisch se exalta e argumenta: Ele [Maggi] vai ter de nos apresentar outra forma de plantar. Terá de nos dar a safra.
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Homero Pereira, explica que foi sugerida a tributação do diesel por meio de crédito presumido ao segmento — cobrança por estimativa de consumo — mas que seria apenas efetivado após a retomada dos trabalhos no campo, a partir do segundo semestre, com os preparativos à safra 06/07.