Redação AI (19/04/06)- Os ajustes foram definidos para manter o ritmo de produção equilibrado com a demanda do mercado. Para isso, as indústrias paranaenses podem eliminar as horas-extras de funcionários, voltar a operar com a semana inglesa (funcionamento entre segunda e sexta-feira) e reduzir o número de pintos alojados para 300 milhões de cabeças.
Uma análise dos dados de abate revela que o número de cabeças abatidas em fevereiro e março foi praticamente o mesmo, correspondendo a, em média, 2,96 milhões de aves/dia. Parte da produção de frangos de fevereiro, praticamente os 10% calculados no aumento, foi repassada para março, que é um mês mais longo, explica Martins. Até o final de 2006, o setor avícola paranaense pretende encolher a produção em 25%.
Outro fator que influiu no aumento irreal do abate de aves no mês passado foi o grande número de matrizes abatidas, decorrente do plano de ajuste na produção definido pelo setor na segunda quinzena de fevereiro. O excesso de aves nos alojamentos também garantiu o aumento no abate de frangos de corte. Essa baixa na produção deverá ser sentida com mais força apenas em abril, disse o presidente do Sindiavipar.
A queda acentuada no preço do quilo de frango para o consumidor final também teve sua ênfase no número de aves abatidas em março. De acordo com Martins, muitas empresas optaram por antecipar o abate das aves para diminuir o custo na produção e na tentativa de fazer uma conversão alimentar melhor. Nos primeiros 30 dias, o crescimento do animal é mais acentuado. Depois deste período, a engorda é mantida, o que aumenta os custos com alimentação das aves e diminui o lucro final com a venda do frango ao consumidor.
A indústria Globoaves, de Cascavel, reduziu o número de matrizes em 20% no primeiro trimestre de 2006. O diretor de produção da empresa, Vítor Hugo Brandalise, afirma que a redução se deve especialmente à falta de mercado para venda de pintainhos. O abate de frangos da empresa também foi reduzido em média 15% nos primeiros três meses do ano. A partir de abril, a indústria deverá manter o descarte normal de matrizes.
Exportações
Dados da Associação de Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar) revelam que, em março, a receita das exportações do Estado diminuiu 4,8% em relação a fevereiro deste ano, somando US$ 68,55 milhões. Já em relação ao mesmo período do ano passado o valor das exportações em dólares registrou aumento de 5,09%.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, esse aumento se deve especialmente à valorização dos produtos industrializados derivados do frango, como embutidos e conservas. Por causa da baixa nas exportações dos últimos meses, o setor avícola investiu na comercialização de produtos de mais valor, o que garantiu o aumento com relação ao ano passado, explica Martins. Já o volume exportado em março cresceu 4,12% se comparado ao mesmo período do ano passado. De fevereiro para março as vendas para o mercado externo aumentaram 2,74%, passando de 58,2 mil toneladas para 59,82 mil toneladas no mês passado.