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FAO pede que imprensa não crie pânico na América Latina por H5N1

<p>A ONU colocou à disposição um fundo de US$ 2 milhões para ajudar os países na prevenção da doença.</p>

Redação AI (10/04/06)- A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) pediu sábado à imprensa “que não crie pânico” na América Latina diante de uma eventual chegada da gripe aviária à região.

O mexicano Moisés Vargas-Terán, analista da FAO para a gripe aviária, sustentou que a região em geral está preparada para combater a gripe aviária, “mas o problema atual é o alarme que a imprensa está criando”.
Vargas-Terán admitiu, em entrevista à EFE, que é difícil que a região “possa criar uma barreira” que impeça o vírus H5N1 de chegar à América Latina, mas ressaltou que “todos os Governos estão em alerta”.

O oficial de Saúde Animal do escritório regional da FAO disse que sempre existe a possibilidade de que o vírus chegue, sobretudo por causa da globalização, mas reiterou que “não se pode causar pânico antecipadamente na população”.

Vargas-Terán informou que a ONU colocou à disposição um fundo de US$ 2 milhões para ajudar os países na prevenção da doença, e que na sede regional da FAO em Santiago funciona um Centro de Emergência para Doenças Transfronteiriças, com informações atualizadas, que tenta evitar a possível chegada e propagação do H5N1 na região.

O analista mexicano explicou que o organismo internacional aprovou projetos de cooperação técnica para Caribe, América Central e México, assim como para os países do Mercosul e as nações andinas, com o objetivo de aprofundar a vigilância epidemiológica e o diagnóstico da doença.

Vargas-Terán lembrou que, apesar de a gripe aviária não ter chegado à região, a aparição de casos na Europa e na Ásia causou impactos negativos nos preços e nas exportações dos produtos avícolas.

Como exemplo, ressaltou que no Brasil o consumo de aves e ovos caiu à metade e os preços diminuíram em torno de 30%.

Vargas-Terán reconheceu que a propagação da doença na América Latina teria sérias conseqüências para a alimentação de seus habitantes, já que a base protéica está fortemente baseada no consumo de ovos e aves.

“Aproximadamente 65% da população da América Latina baseia sua dieta em ovos e carne de aves”, ressaltou o analista da FAO.