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Segundo o presidente da CNA, socorro agrícola não é suficiente

<p>Antônio Ernesto de Salvo, considerou "positivo" mas "insuficiente" o pacote agrícola.</p>

Redação (06/04/06)- O presidente da CNA (Confederação da Agricultura e da Pecuária e do Brasil), Antônio Ernesto de Salvo, considerou “positivo” mas “insuficiente” o pacote agrícola anunciado hoje pelo governo.

Segundo ele, a contribuição do governo para o setor que produz cerca de R$ 180 bilhões por ano ainda é pequena, pois não atingiu um dos principais problemas do setor, que são dívidas antigas de securitização e do Pesa (Programa Especial de Saneamento de Ativos).

Essas dívidas, segundo ele, seriam “um chumbo” que amarra o setor há algum tempo.

Isso porque o peso do pacote nas contas do governo neste ano está estimado em aproximadamente R$ 1,2 bilhão (R$ 1 bilhão em crédito extra para a comercialização e R$ 280 milhões em equalização na prorrogação de dívidas).

O próprio ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ao anunciar as medidas hoje, admitiu que a ação do governo agora tem um caráter conjuntural. “Tenho consciência de que as medidas tomadas agora dão um alívio momentâneo com expectativa de que a gente saia desse ciclo negativo”, disse.

Ele informou, no entanto, que o Plano de Safra, previsto para junho, deverá garantir a tranqüilidade aos produtores para o novo plantio.

“Acho que esse pacote é muito significativo, dá novo fôlego ao setor rural”, afirmou Rodrigues, ao comentar que outras medidas estruturais estão em análise no governo e poderão complementar, mais à frente, a ajuda ao setor.

O pacote do governo anunciado hoje prevê R$ 1,238 milhões em apoio à comercialização e a prorrogação de R$ 7,7 bilhões em dívidas com vencimento neste ano para 12 meses após a última parcela de cada contrato.

Crise
Rodrigues reconheceu que a crise enfrentada pelo setor se agravou ainda mais desde o ano passado, quando problemas climáticos afetaram a produção de grãos.

“O poço afundou mais”, disse o ministro, ao comentar os efeitos da gripe aviária no preço do milho, por exemplo, a continuidade do câmbio desfavorável, e o endividamento do setor.