Redação SI (03/04/06)- A crise da febre aftosa, que começou em outubro de 2005 no Brasil, trouxe queda de 90% nas exportações de carne suína, 87% na de carne bovina e 6% na de aves. O economista do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne-PR), Gustavo Fanaya, lembra que 56 países criaram embargos para o Paraná em carnes bovinas, suínas e de aves. O primeiro embargo foi estabelecido pela África do Sul em 11 de outubro de 2005.
Com isso, o Paraná deixou de exportar 72 mil toneladas de carnes bovinas, suínas e de aves que correspondem a um montante financeiro de US$ 129 milhões. Deixaram de ser embarcadas 32 mil toneladas de carne suína, 25 mil toneladas de aves e 15 mil toneladas de carne bovina. Fanaya explica que, considerando as perdas que ocorreram nos mercados interno e externo, o prejuízo atinge a cifra de R$ 700 milhões. Além das exportações, o Paraná vende R$ 20 milhões por mês de carnes suína e bovina para Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em setembro de 2005, o Paraná abatia 130 mil cabeças de bovinos. Em outubro, este volume caiu para 105 mil e nos meses de janeiro e fevereiro, a média mensal caiu para 90 mil cabeças. Em setembro do ano passado, eram abatidas 330 mil cabeças de suínos no Estado. Este ano, o volume mensal caiu para 300 mil cabeças. No Paraná, foram identificados sete focos de febre aftosa, dois em Loanda, dois em Maringá, um em Grandes Rios, um em Bela Vista do Paraíso e um em São Sebastião da Amoreira.
O Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos fez um estudo para verificar quais os municípios do Sudoeste que seriam mais atingidos caso a gripe aviária atingisse o Brasil. A entidade mapeou 11 municípios da região que empregam mais de mil funcionários. Entre eles estão Toledo, Cafelândia, Rolândia, Francisco Beltrão, Cascavel, Palotina, Londrina e Paranavaí. O Dieese apontou ainda que só no mês de janeiro de 2006, o setor de abate de carnes demitiu 256 pessoas.