Redação AI (29/03/06) A Embrapa Suínos e Aves, empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está fazendo um alerta em relação à produção caipira ou colonial de aves de corte ou postura o alerta também vale para criações de patos, marrecos, perus, gansos e galinhas dAngola. Para evitar o contato com espécies silvestres, é prudente que os produtores coloquem essas aves, normalmente criadas em piquetes abertos, em aviários fechados.
A recomendação da Embrapa Suínos e Aves visa evitar a entrada no Brasil de doenças transmitidas por aves migratórias, principalmente a influenza aviária, conhecida popularmente como gripe das aves.
A produção caipira ou colonial de aves cresceu nos últimos anos porque uma parte dos consumidores se mostrou disposta a pagar mais por produtos diferenciados em relação à produção industrial. A Embrapa Suínos e Aves publicou um modelo de produção de aves soltas, levando em consideração as normas ditadas pelo Ministério da Agricultura e os cuidados indispensáveis com sanidade, alimentação, manejo e outros aspectos. O modelo sugerido também deixa claro que o produtor só obterá sucesso, mesmo em pequena escala de produção, se conhecer o mercado local, planejar a oferta, descrever os custos e criar uma marca para os produtos a serem vendidos.
Os focos de influenza aviária na Ásia e a necessária adoção de medidas para que a doença não venha para o Brasil fizeram com que a Embrapa Suínos e Aves revisasse o modelo sugerido. Mesmo em sistemas de subsistência, no momento, é fundamental que o produtor faça a criação de aves no sistema confinado. Elas devem ser fechadas em local apropriado, coberto, com ração e água em quantidade suficiente e de boa qualidade. Uma ressalva importante é que o ambiente em que as aves serão confinadas deve seguir o padrão da avicultura industrial, com cama, ventilação e aplicação de tela que impeça a entrada de aves silvestres no galpão.
De acordo com o chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Élsio Figueiredo, o confinamento das aves não impede a oferta de produtos diferenciados. Como os frangos e galinhas possuem uma genética que possibilita a obtenção de carne e ovos com características diferenciadas e apresentam habilidade para consumir dietas alternativas, o produtor não terá maiores prejuízos.
“Além disso, neste momento, todo esforço é importante para que a nossa avicultura se mantenha sem o registro de casos de gripe aviária. Isso vale também para as pessoas que possuem aves em casa para o próprio consumo, especialmente em pequenas propriedades rurais”, explicou Elsio Figueiredo.
A avicultura industrial e os produtores de subsistência têm dentro do
atual cenário uma oportunidade de reflexão sobre os rumos que a avicultura está tomando. O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, deve dar o exemplo, segundo Élsio Figueiredo, para que os importadores não tenham dúvidas da qualidade da produção brasileira. “Isto é, os produtores brasileiros devem reduzir ao máximo o risco de contaminação, tanto biológica como química, dos seus plantéis. O país deve ser capaz de demonstrar isso de forma transparente e com dados fidedignos”, explicou Elsio.
O chefe geral da Embrapa Suínos e Aves entende ainda que o momento é oportuno para que os programas de desenvolvimento social, vinculados aos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Social, que fomentam a produção de aves em pequena escala entre agricultores familiares, utilizem também modelos tecnicamente compatíveis com a avicultura industrial. “Penso que os cuidados exigidos neste momento tornam viáveis projetos cooperativos de produção em pequena escala orientados pelas recomendações de qualidade ditadas pela avicultura profissional e pela Embrapa Suínos e Aves”, completou Elsio Figueiredo.