Redação (29/03/06) – Vários dos países que entraram no bloco europeu tiveram de aumentar suas tarifas para harmonizá-las com o resto dos países da União Européia. A adesão desses países à UE encareceu a fatura para exportadores brasileiros.
A negociação com a UE levará o Brasil a obter cota para exportar 10 mil toneladas de açúcar com tarifa de 98 euros por tonelada – bem abaixo da alíquota proibitiva de 161% sobre o açúcar bruto aplicado pela UE fora de cota.
Essa cota de açúcar é destinada exclusivamente para os produtores de açúcar do Nordeste do país. Vai substituir o acesso preferencial que as usinas de açúcar da região tinham na Eslovênia, que foi perdido quando o país aderiu à União Européia.
Para frango, Bruxelas dará ao Brasil cotas de cerca de 10 mil toneladas, distribuídas entre diferentes cortes (coxa e peito de frango), com tarifas que vão de zero a 130 euros por tonelada. A tarifa sobre frango na UE atualmente é de 87,9% fora de cota.
Bruxelas aceitou facilitar a entrada de pequenas quantidades de sucos de frutas, chocolates e outros produtos, mas sem maior importância econômica, segundo fontes que acompanham as negociações bilaterais.
O pacote de concessões deverá ser fechado até julho. Com o Brasil, parece não haver problemas maiores. A dor de cabeça européia é com a Colômbia. Bogotá informou a Organização Mundial do Comércio (OMC) que, se até junho, a União Européia não lhe der uma boa cota para banana, o governo vai retaliar o bloco impondo barreira sobre exportações de “um país-membro da UE” – que é a Alemanha. Os colombianos reclamam do cálculo de Bruxelas, de que sofreriam prejuízo de US$ 3 milhões com o aumento de alíquotas por causa da ampliação da UE.