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Suinocultor mineiro busca selo de qualidade para exportar

<p>Objetivo foi definido pela Câmara Técnica de Suinocultura do Conselho Estadual de Política Agrícola.</p>

Redação SI (27/03/06)- Os suinocultores de Minas Gerais vão dar ênfase aos programas de certificação e rastreabilidade, buscando ainda, entre outros benefícios, o suporte do crédito rural para fortalecer a atividade e ter mais condições de alcançar o mercado internacional de alimentos, além de agregar valor à demanda interna. Esses objetivos foram definidos pela Câmara Técnica de Suinocultura do Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa), por causa do alto nível de exigência dos compradores mundiais com relação à qualidade dos alimentos.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silas Brasileiro, afirmou que a busca da certificação e da rastreabilidade integra a suinocultura no esforço do Governo de Minas Gerais para consolidar a política de segurança alimentar. A garantia da qualidade em todos os estágios da cadeia produtiva é de fundamental importância para a agregação de valor ao produto, enfatiza. O secretário disse ainda que a Câmara de Suinocultura, que como as demais câmaras do agronegócio é representada, em sua maioria, por nomes da iniciativa privada, é o melhor fórum para definir os rumos da atividade. A câmara conta com o suporte de um comitê gestor, com representantes das instituições vinculadas à Seapa, nomeados pelo secretário.

Silas Brasileiro disse que a suinocultura se destaca no agronegócio como força econômica, geradora de emprego e renda. No último ano, o setor empregou cerca de 20 mil pessoas, com salário médio de R$ 500 sem encargos. Cada 10 matrizes geram, em média, um posto de trabalho. A receita gerada pela atividade para os produtores chega a R$ 730 milhões, sendo que ela ocupa atualmente a quarta posição no PIB mineiro com relação a produtos pecuniários, assinala.

Orientação do IMA

O coordenador da câmara, José Arnaldo Cardoso Penna, informou que os trabalhos para o aprimoramento da qualidade na suinocultura serão realizados com a orientação e fiscalização de técnicos do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg). Os produtos mineiros têm qualidade reconhecida em todo o território nacional e o selo de qualidade contribuirá para consolidar o mercado, assim como para ampliar o acesso de maior número de suinocultores a tecnologias apropriadas, reforça.

Para o empresário, a consolidação da qualidade do produto e a obtenção de financiamento são estratégicas ao desenvolvimento do setor. Os produtores de suínos precisam de recursos para custeio, aquisição de matérias-primas, de silos e maquinário. O diagnóstico da atividade, elaborado pela Câmara Técnica da Suinocultura, ressalta a necessidade de introduzir novos métodos e técnicas de produção para o setor se tornar mais competitivo e preparado para disputar o mercado.

José Arnaldo disse que o volume de recursos necessários para incrementar o segmento produtivo e o parque industrial está sendo avaliado, mas a expectativa é de que, tão logo seja identificada a demanda, o governo libere o dinheiro.

A preocupação com a sanidade do rebanho começa a ser exigida no comércio brasileiro, impulsionada pelos consumidores de maior poder aquisitivo que demandam não apenas carnes especiais, mas também embaladas a vácuo e não mais no costume tradicional de cortes, peso e embrulho nos balcões dos açougues. O diagnóstico realizado pelos suinocultores aponta a tendência representada pelo aparecimento de carne pré-cozida de fácil preparo e outros derivados, agregando mais valor à carne suína.

Arnaldo Pena explicou que, com o avanço do vírus da influenza aviaria da Ásia para a Europa, o consumo de carne de frango está declinando e a demanda por carne de suínos deve aumentar nos próximos anos. Ele prevê que a produção deverá passar por um período de equilíbrio entre oferta e procura, com tendência maior para a oferta.

A suinocultura mineira ocupa hoje a quarta posição no ranking nacional, com 197 mil matrizes produtivas e rebanho calculado em 1,9 milhão cabeças localizadas em 1.427 granjas. Em 2005, a produção mineira de carne suína alcançou 282 mil toneladas, o equivalente a 10,4% da produção nacional. De acordo com o diagnóstico elaborado pela Câmara Técnica de Suinocultura, 94% da produção de carne no Estado são direcionados para o próprio mercado interno. Os 6% restantes e dirigidos a outros estados vêm da Sadia, que recebe o produto da Granja Resende, em Uberlândia; além da Pif Paf, em Patrocínio, e da Saudali, em Ponte Nova, que exportaram em conjunto 32,5 mil toneladas em 2005, correspondendo a 5,2% do total exportado pelo Brasil.

Atualmente, os maiores produtores de suínos estão nas regiões do Triângulo e Alto Paranaíba, com 51,2 mil matrizes; seguida pela Zona da Mata, com 50,2 mil; Centro-Oeste, com 25 mil e Sul-sudoeste, com 19,1 mil matrizes. O relatório aponta que o crescimento da produção de suínos em Minas Gerais deverá se deslocar para a região do Triângulo e Alto Paranaíba, pela facilidade de abastecimento de grãos e crescimento de indústrias frigoríficas.