Redação SI (27/03/06)- Nestes 24 meses, o maior valor alcançado pelo dólar foi de R$ 3,13 em junho de 2004 e o menor, R$2,21 em novembro de 2005 (uma queda de 30% em 18 meses).
As exportações cresceram quase 23% em volume de 2004 para 2005, mas em valor, aumentaram 50%. Esta diferença decorreu do aumento do preço médio em dólar durante o ano de 2004, e sua manutenção em 2005. Em janeiro/fevereiro de 2004, o preço por quilo foi de quase US$ 1,30 e em novembro/dezembro, de mais de US$ 1,80. Duas causas principais contribuíram para isso: o mercado favorável ao produto brasileiro, que permitiu elevar os preços, e uma proporção maior de cortes e menor de carcaças nas vendas (que têm menor preço).
Em 2004, a maior quantidade exportada foi a de agosto (59.611 toneladas) e o valor também (US$ 92.445 mil ), porque o valor médio foi o quarto maior do ano.
Em 2005, a maior quantidade foi vendida em outubro (65.500 toneladas) e correspondeu ao maior valor (US$ 121.814 mil), porque o valor médio estava próximo da média anual. Quando se trata de converter os dólares em reais, verifica-se claramente a importância do câmbio no agronegócio exportador.
Em 2004, o maior volume e o maior valor foram os de agosto (Tabela), mas o maior preço médio foi o de novembro (Gráfico), tanto para o dólar como para o real. No decorrer deste ano, cresce o preço médio em dólares e também em reais.
Em 2005, tudo muda: as maiores quantidades e valores são de outubro, mas o maior preço médio em dólares é de maio; em reais, o de março. Neste ano, os preços em dólares oscilaram pouco, mas em reais decaíram do início para o fim do ano. Esta queda é conseqüência direta do câmbio, que valorizou o real perante o dólar. Uma decorrência disso é que, à medida que se avança no ano em 2005, passa a ser necessário vender quantidades cada vez maiores para se obter os mesmos valores em reais.
Um exemplo concreto: em fevereiro e dezembro, o valor em dólares foi parecido (próximo de US$ 80.000 mil), mas em fevereiro alcançou R$ 207.502 mil e em dezembro, R$ 183.226 mil. Quantidades assemelhadas, valores em dólares quase iguais, mas resultados em reais muito diferentes.
Esses preços, estabilizados em dólar no mercado internacional, porém em queda em reais por causa do câmbio desfavorável, já teriam sido transferidos aos preços pagos aos suinocultores, mas o que derrubou de vez os preços do suíno vivo foram os embargos causados pela febre aftosa, principalmente o da Rússia, que concentra as importações de carne suína.
Apesar de vários comentários de autoridades governamentais e de representantes dos exportadores, a liberação das exportações para a Rússia ainda não foi oficializada.
Algumas opiniões continuam sendo de que em abril haverá liberação para Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, depois, para os outros estados, excluídos o Mato Grosso do Sul e o Paraná.
Os preços do suíno vivo passaram a semana paralisados em quase todo o Brasil: Paraná (oeste), R$ 1,65/kg e Rio Grande do Sul, R$ 1,60/kg. Em alguns casos localizados, voltaram a cair (de 5 a 10 centavos por quilo).
Em Santa Catarina, na praça de Chapecó, continuam em R$ 1,72/kg para o suíno tipificado e em R$ 1,60/kg para o não tipificado. Os preços mais baixos foram para o suíno não tipificado em Canoinhas/Mafra (R$ 1,55/kg) e sul do estado (R$ 1,50/kg).