Redação SI (20/03/06)- O Ceará declara guerra à febre aftosa e inicia uma grande mobilização para sair do status de Risco Desconhecido, o pior na classificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e saltar, ainda este ano, para o de Médio Risco. Os trabalhos começam nesta terça-feira (21), na Fazenda Boísa, em Caucaia, com o lançamento da Campanha de Vacinação 2006 contra a Aftosa. A campanha será aberta às 10h30, pelo governador Lúcio Alcântara, acompanhado do secretário da Agricultura e Pecuária, Flávio Barreto. Como a luta é nacional, o secretário da Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel Lima, estará presente no lançamento da campanha, reforçando a importância da erradicação da doença.
Em 2006, a fiscalização ao produtor, pela equipe da Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri), será ainda mais rigorosa. Embasados na Lei Estadual, 13.067, de 17 de outubro de 2000, os fiscais da secretaria vão continuar aplicando multas para aqueles que não obedecerem à determinação de vacinar seus rebanhos. Somente no ano passado, mais de 1.000 produtores foram multados. O valor cobrado é de cinco Ufir cerca de R$ 5,30 por cada animal não vacinado. Em caso de reincidência, esse valor é cobrado em dobro.
A expectativa do Governo do Estado é que, até o final de abril, 100% dos 2,2 milhões de bovinos e bubalinos que compõem o rebanho do Estado sejam imunizados contra a doença. Com este objetivo, o Governo disponibilizou R$ 760 mil para reforçar as ações de defesa sanitária. A Seagri também vai intensificar a fiscalização nos municípios que apresentaram os índices mais baixos de vacinação nas etapas anteriores. O secretário Flávio Barreto garante que, para esta etapa, 83 milhões de doses da vacina já estão disponíveis no mercado. “Não é por falta de vacina que o produtor vai deixar de imunizar os animais”, assegura.
Neste primeiro semestre, a Seagri também vai elaborar o Cadastro de Rebanho e Propriedade. De acordo com o gerente de defesa agropecuária da Seagri, Joaquim Sampaio, cumprir esta etapa é um grande desafio para o Estado. O mapeamento das propriedades e dos animais cearenses vai ser feito pela Seagri, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce), da Agência de Defesa Agropecuária (Adagri) e do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), com recursos orçados em R$ 480 mil. “Esse cadastro é de fundamental importância para a defesa sanitária do rebanho cearense, além de ser uma exigência do Ministério”, enfatiza Joaquim Sampaio.
Ainda na terça-feira (21), na Fazenda Boisa, o secretário Flávio Barreto e o diretor-presidente da Adagri, José Albersio Lima, firmarão um contrato de gestão que estabelece as responsabilidades e ações que serão implementadas pela autarquia. Também será anunciado o grupo de trabalho que vai compor o Fundo Privado de Desenvolvimento Agropecuário. Essa iniciativa integra representantes de seis entidades privadas, tendo a Seagri como consultora, e vai trabalhar na criação de um fundo para financiamento das ações de defesa agropecuária no Ceará, “especialmente as de caráter emergencial”, informa o consultor técnico da Seagri, José Alberto Lira. Na ocasião, o chefe do Centro de Atendimento ao Cliente (Ceac), da Ematerce de Ipaumirim, José Lino Eduardo, será homenageado. Nas seis últimas etapas da Campanha de Vacinação, os três municípios que integram o Ceac – Ipaumirim, Baixio e Umari, registraram um índice vacinal de 100%. “A idéia é reconhecer um trabalho realizado com êxito”, explica Sampaio.