Redação SI (17/03/06)- Os exportadores de carne suína querem definição imediata da flexibilização do embargo russo ao Brasil. “Estamos perplexos com os boatos sobre o fim do embargo para a carne de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul há duas semanas. A questão precisa ser tratada tecnicamente pelos governos brasileiro e russo, pois está em jogo a exportação de quase 1 milhão de toneladas de carne, no total de US$ 1,7 bilhão”, diz o presidente da presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto.
A Rússia embargou as carnes bovina e suína de oito estados brasileiros desde o anúncio de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná e a carne de frango dos dois estados.
Em semana marcada por fortes rumores de que o embargo seria flexibilizado, o chefe do serviço veterinário da Rússia, Sergei Dankvert, negou que o país decidiu suspender o veto à carne de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, por enfrentar problemas de escassez de carne. “Esse anúncio não tem fundamento. Não estamos discutindo a necessidade de abrir importações, mas o interesse de estabelecer ordem no comércio”, disse Dankvert.
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A Rússia pedirá ao Brasil que investigue a origem da carne exportada, para garantir que o produto procedente de estados embargados não entre no país. “Estou enviando requerimento para o serviço veterinário brasileiro para checar se algumas empresas têm capacidade de exportar para a Rússia os volumes de carne que estão oferecendo. Segundo nossas informações, elas produzem muito menos” disse. Ele afirmou que o país recebeu, recentemente, pedidos de empresas de estados não embargados para enviar permissões de embarque de 170 mil toneladas de carne bovina e 250 mil toneladas de carne suína.
O presidente da Abipecs ressalta que toda a carne exportada no Brasil possui certificado sanitário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “O ministério emite os certificados corretamente. A Rússia precisa confiar no governo brasileiro ou mostrar por que não confia”, destaca Camargo.
Embargo à Argentina
A Rússia planeja ampliar o embargo à Argentina, restrito à carne e à ração animal da província de Corrientes, para carne e derivados de todo o país, ração, soja e farelo de soja.
