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Gripe aviária já causa desemprego no Brasil

<p>Mesmo do outro lado do mundo, o avanço da gripe aviária provoca impactos diretos sobre a cadeia avícola nacional.</p>

Redação (13/03/06) – Maior exportador de carne de frango do mundo, o Brasil já sente os reflexos da queda no consumo em países onde a doença foi registrada. Em fevereiro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas externas do produto in natura tiveram queda de 9,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando 210,7 mil toneladas foram embarcadas.

Para as indústrias avícolas do Rio Grande do Sul, os reflexos serão ainda mais significativos no próximo mês. A estimativa é de uma redução de pelo menos 15% na produção com a queda nos abates nos frigoríficos. Em condições normais, o setor abate mensalmente em torno de 60 milhões de aves. Na Frinal, por exemplo, o abate diário passará de 80 mil para 72 mil frangos. “A adequação é normal nesse momento, porque as exportações representam 40% das nossas vendas”, diz o diretor da indústria, Luiz Fernando Ross.

Também em abril, algumas empresas do Estado pretendem dar férias coletivas aos seus funcionários. Uma das grandes indústrias, a Avipal, concederá férias nas unidades do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul. A intenção do grupo é retomar a produção em maio. Por enquanto não houve demissões nas plantas do Estado, que empregam 45 mil trabalhadores. Futuras dispensas, no entanto, não estão descartadas.

O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristides Vogt, prefere não arriscar valores referentes aos prejuízos financeiros enfrentados pelo setor. Ele também não sabe estimar o resultado das vendas externas do Estado em fevereiro. O certo é que o momento reflete em toda cadeia.

No Rio Grande do Sul, são 11 mil produtores de frango de corte que sentem no bolso a retração do mercado externo. “O cenário também afeta o mercado de milho, soja e sorgo, que são usados na ração animal”, lembra o vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Schardong. Ele lamenta que o problema tenha surgido agora, quando os produtores enfrentam os baixos preços das commodities. “A saca do milho, por exemplo, está sendo vendida entre R$ 11,00 e R$ 12,00”, observa.