Os produtores de suínos no Peru registraram perdas de aproximadamente S/ 60 milhões devido a bloqueios de estradas. Esses bloqueios impediram que cerca de 500 suínos por dia fossem levados aos matadouros. Cada suíno tem aproximadamente S/ 1.000 custo. Além disso, os insumos usados para alimentar os suínos não puderam ser transferidos para as áreas produtoras, o que resultou em aumento de preços. Estas informações foram fornecidas pela gerente da Asoporci, Ana María Trelles Ponce.
“Tem várias semanas que a gente tem esse problema de conseguir movimentar a alimentação balanceada. Até agora, algumas estradas permanecem fechadas na zona sul, o que significa que não há acesso à soja que normalmente vem pela fronteira com a Bolívia ou pela rodovia Interoceânica, que estão bloqueadas, impedindo o normal desenvolvimento das atividades”, afirmou.
Os produtores da zona sul do Peru (Puno, Arequipa, Cusco, Apurímac, Huancavelica, Ayacucho e Ica) têm enfrentado dificuldades significativas devido a bloqueios. Contudo, esses problemas também são observados na zona norte, particularmente em Viru (La Libertad), onde as fazendas de suínos têm sofrido grandes prejuízos.
O preço da soja nos EUA está em US$ 670 a tonelada devido aos bloqueios de estradas. A escassez de soja nos EUA, devido à seca, está gerando a necessidade de importar o insumo da Argentina. O preço normal da soja é de US$ 560 a tonelada, mas a seca e os bloqueios de estradas aumentaram o custo do produto.
A Gerente da Asoporci explicou que a ração tem um impacto de 78% a 80% nos custos totais da produção de suínos. Os produtores sofreram com o aumento na matéria-prima, como milho amarelo duro, soja e trigo, que não pôde ser repassado aos clientes. Atualmente, o preço de venda da carne suína está em S/ 8,20 o quilo no pé e S/ 11 o quilo no anzol.
O custo total de produção dos porcos é afetado pelo preço da matéria-prima. De acordo com dados recentes, a dieta média do porco é composta por 70% de milho amarelo duro, 20% de soja, 6% ou 7% de subprodutos do trigo e os restantes são vitaminas, minerais, aminoácidos e leite para recém-nascidos. O preço do milho amarelo duro vem aumentando desde 2022 e hoje está cotado a US$ 330 a tonelada.