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Oferta maior de frango derruba preço

<p>Crescente produção da ave no país, estimulada principalmente pelo avanço das exportações do produto, pressiona o mercado.</p>

Redação AI 01/12/2005 – A crescente produção de frango no país, estimulada principalmente pelo avanço das exportações do produto, pressiona o mercado. O quilo do frango vivo caiu para R$ 1,15 na última terça-feira, um valor 39% menor que em igual período de 2004, quando estava em R$ 1,90, conforme levantamento da Jox Assessoria Agropecuária. Um mês atrás, a cotação era R$ 1,40.

O preço atual é o menor em 18 meses, pelos cálculos de José Carlos Godoy, secretário-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte – Apinco. Além da oferta crescente do produto, Godoy aponta outros fatores que contribuíram para derrubar o preço da ave em São Paulo. Ele avalia que a notícia de surgimento de gripe das aves em regiões da Europa acaba afetando o consumo de carne de frango, mesmo por aqui aonde a doença não chegou.

A greve dos fiscais agropecuários, que durou 18 dias, também ajudou a pressionar, acredita Godoy, porque carne de frango que deveria ser exportada acabou ficando no mercado interno já que não houve emissão de certificados sanitários nesse período. Até mesmo o surgimento de casos da febre aftosa no Mato Grosso do Sul atrapalham, diz Godoy. “A aftosa tumultua o mercado. Primeiro a carne bovina subiu, depois recuou e afetou as outras carnes”.

Mas, sem dúvida, os maiores volumes de carne no mercado são que mais pesa nesse momento. “Há uma oferta excedente para o tamanho atual do mercado”, afirma Oto Xavier, da Jox.

O alojamento de pintos de corte em outubro foi recorde histórico, com 414,9 milhões de cabeças, um aumento de 10,6% sobre igual mês do ano passado. No ano, a produção soma 3,869 bilhões de cabeças, crescimento de 9,28%. De acordo com Godoy, o crescimento nesse mês do ano é normal, já que as empresas se preparam para atender a demanda das festas de fim de ano.

Segundo José Carlos Godoy, a expectativa é de que o alojamento em novembro fique abaixo de 410 milhões de cabeças, uma vez a greve dos fiscais afetou a produção de algumas empresas que deixaram de alojar pintos. Ainda conforme a Apinco, a produção de carne de frango em outubro totalizou 829.990 toneladas, 13,84% mais que em igual mês de 2004. A produção no ano soma 7,637 milhões de toneladas, aumento de 10,70%.

Oto Xavier, da Jox, avalia que além da maior oferta de carne de frango, há também um recuo no consumo do produto típico de fim de mês, o que explica a queda dos preços. Além disso, afirma, alimentos como o frango acabam enfrentando a concorrência de bens duráveis, que podem ser comprados em várias prestações. “A expectativa do setor é de que o preço melhore em dezembro quando ocorre um crescimento momentâneo do poder aquisitivo”, observa Xavier, referindo-se ao pagamento de parcelas do décimo terceiro.

Ontem, o quilo do frango abatido no médio atacado paulista fechou em R$ 1,83 o quilo contra R$ 2,24 um ano antes, conforme a Jox. Há um mês, era R$ 1,98. (AAR)