Redação SI 03/11/2005 – Diversas realizações que foram discutidas neste encontro irão, a partir de agora, ser tomadas nas fronteiras do Estado. Tanto do lado paranaense quando do Rio Grande do Sul e também na fronteira com a Argentina. Para o secretário regional do Alto Uruguai Catarinense, Idair Piccinin, as ações serão inda mais intensificadas. “Vamos redobrar, com certeza todo o cuidado é pouco para que a doença não chegue ao Estado. O Governo do Estado está preocupado com a situação e não irá permitir que nada aconteça”, destacou Piccinin.
Wilmar Carelli, presidente da Cidasc, também reforçou todo o apoio do órgão. “Nossos técnicos estão trabalhando 24h ininterruptamente como sempre aconteceu”, destacou. Ele também afirma que há mais de 500 pessoas envolvidas no trabalho, mas barreiras fixas e móveis, tanto nas fronteiras, como em todo o Estado monitorando a entrada de produtos vindos de outras regiões. “Contamos neste momento com todas as barreiras reforçadas com a participação de um veterinário e de alguns técnicos tanto do Paraná e do RS que vieram nos ajudar, além da participação de pessoas que foram contratadas pelas agroindustriais e inclusive a parceria da Policia Militar”, destacou o presidente da Cidasc.
O diretor técnico da Cidasc, Gécio Humberto Meller, disse que seria um retrocesso voltar a vacinar o rebanho catarinense. “Nós não vacinamos, porque o Estado não tem atividade viral no campo”, comentou. Se caso a doença entrar em SC, Meller e Carelli destacaram que seria uma catástrofe. “Estamos com as equipes de emergência preparadas e usaremos o rifle sanitário e sacrificaremos todos os animais que tiverem a doença”, disse Gécio Meller. “Estamos confiantes que a doença não entrará no Estado. Estivemos por dois dias discutindo as ações para que a doença não entre em SC, não iremos medir esforços”, ratificou Meller.
As rodovias que cortam o Estado vizinho Paraná estão com a fiscalização redobrada, várias barreiras foram montadas nesta região. Para o diretor técnico, Gécio Meller, Santa Catarina está preocupada com a situação no país, em especial os vizinhos paranaenses. Para ele, se a doença entrar no Estado será uma “catástrofe”.
Vacinação – Exames compravam a sanidade do rebanho catarinense. Mesmo com o plantel do Estado não vacinado, a febre aftosa não chegou a SC. Todo o cuidado está sendo feito pelos técnicos. O secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, reitera que o Estado não irá aderir à campanha de vacinação do Ministério da Agricultura. “Nós há seis anos erradicamos a doença em SC. Há 12 nós iniciamos este trabalho que o país irá iniciar agora de vacinar todo o rebanho e erradicar a doença. Iremos continuar fazendo este trabalho, não vejo necessidade de vacinar o rebanho catarinense porque não temos a doença no Estado”, comentou o secretário Moacir Sopelsa.
Para o secretário, o problema não é a vacina e sim a doença que pode chegar ao Estado. “Nós estamos fiscalizando produtos, sobprodutos animais ou qualquer espécie que possa oferecer risco a SC, o difícil é flexibilizar a entrada sem ter certeza do que pode causar riscos para o Estado”, ressalta.
Sopelsa avalia como positiva a atuação das barreiras e de todas as medidas tomadas para proteger o Estado até agora. Destaca também o envolvimento de todos, inclusive da comunidade em denunciar irregularidades, mas principalmente a presteza dos técnicos para não permitir que a doença entre no Estado.
O Secretário ressalta o empenho da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, ACCS, para que São Paulo volte a receber suínos vivo de Santa Catarina. Segundo o presidente da ACCS, Wolmir de Souza, são em torno de 10 mil suínos que deixam de ir mensalmente para fora, ficando no Estado e causando super oferta.
Sopelsa lembra que ainda não há uma determinação sobre este assunto, pela incerteza dos focos no Paraná, “mas eles sabem que somos um estado livre e reconhecem isso, mas até que não haja uma certeza no Paraná, eles estão segurando a entrada de produtos”, esclarece.
Sobre a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Farsul, acionar Santa Catarina na Justiça, obrigando a vacinar o rebanho, Sopelsa destaca que se alguém tem que cobrar a vacinação no Estado, é o Ministério da Agricultura e Política Agrícola. “Mas mesmo assim, o Estado vai buscar todos os direitos que existe para manter sem vacinação e protegendo o rebanho do jeito que está acontecendo”, finaliza.