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Desmitificando conceitos

<p>Especialistas criam Grupo de Estudos do Ovo GEO e realizam pesquisas científicas para acabar com polêmica sobre os efeitos provocados na saúde.</p>

Redação AI 27/09/2005 – Consumir ovos todos os dias da semana eleva o índice de colesterol. Será? Conceitos como este, estabelecidos por uma corrente de médicos que defende esta tese podem ser derrubados. Os trabalhos científicos existentes não são categóricos em relação aos malefícios ou benefícios provenientes do consumo de ovos. Há várias vertentes de opinião e muita documentação com informações fragmentadas. Para terminar de vez com essa polêmica, acaba de ser criado o GEO- Grupo de Estudo do Ovo. Formado por duas doutoras em nutrição da USP e UNICAMP, uma especialista em nutrição clínica da São Camilo e uma professora universitária da FISP/UNIFMU, o grupo pretende demonstrar, por meio de evidências científicas, o que a ingestão de ovos  pode acarretar para a saúde humana.

Atualmente o que se sabe, comprovadamente, é que o ovo de galinha contém pouco carboidrato, 13% de proteína, 12% de gordura, uma média de 80 Kcal (sendo 64 provenientes da gema e 16 da clara), que é considerado uma boa fonte de gordura insaturada e de fácil assimilação e que seu valor nutricional pode ser comparado ao da carne bovina.

“Um dos últimos estudos de que se têm notícias, realizado no ano passado, trata o ovo como um dos responsáveis por algumas doenças, como a dislipidemia, mas a verdade é que não se leva em consideração que estamos falando de um alimento de excelente qualidade nutricional, sem contar que ele pode não ser o principal desencadeador dessa disfunção”, explica Cecília Corsi, especialista em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo.

Para as especialistas que se dispõem a concentrar esforços nesses estudos, o ovo pode não ser esse vilão pronto a ser crucificado pela sociedade. “Nossos pais e avós comeram ovos uma vida inteira e, boa parte dessa geração não sofria dos males que as gerações de agora sofrem”, diz Cecília.

A primeira etapa dos trabalhos – que será realizada a partir de São Paulo e deverá durar aproximadamente seis meses -,  será composta de uma revisão bibliográfica sistemática e uma retrospectiva de estudos sobre o consumo de ovos. O grupo vai focar suas ações nos efeitos do consumo de ovos no organismo, principalmente em relação às doenças cardiovasculares, às  doenças crônicas não-transmissíveis como dislipidemia, doenças coronariana, acidente vascular cefálico etc., ou às alterações dos níveis lipídicos do sangue, sua recomendação e composição nutricional.

Os resultados desses estudos serão apresentados para o público leigo  e para especialistas na área de saúde serão estendidos para outros estados do Brasil. A idéia é formar novas filiais do GEO em cada estado do País, para unificar o estudo. “Queremos conquistar agentes multiplicadores que se empenhem em desvendar os mistérios do ovo”, conclui Cecília.

O GEO contará com o apoio da APA Associação Paulista de Avicultura, que acredita que um eficiente trabalho científico especializado na área de nutrição permita a elaboração de informes técnico-científicos a serem utilizados pela comunidade médica e pelo sociedade como um todo.

O GEO é formado pelas doutoras Amábela de Avelar Cordeiro,  especialista em Nutrição Humana Aplicada pela USP e Elke Stedefeldt, graduada em Qualidade e Consumo de Alimentos pela UNICAMP; pela Especialista em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo, Maria Cecília Corsi e pela Docente do Curso de Graduação da FISP/UNIFMU, Sueli Maria da Silva.

Sobre a APA

Associação Paulista de Avicultura em 1945, em São Paulo, com o objetivo de favorecer o desenvolvimento da atividade avícola. Em seus 60 anos de existência tem sido agente e testemunha da modernização da avicultura brasileira, que de uma atividade de fundo de quintal passou a responder pela produção de um fantástico volume de proteína animal. Hoje são 15 bilhões de ovos e 7,465 milhões de toneladas de carne de frango anuais, que contribuem decisivamente para alimentar com proteínas nobres 173 milhões de brasileiros e geram uma receita cerca de mais de dois bilhões de dólares no comércio internacional.

APA pretende organizar e realizar novas iniciativas visando promover e defender o setor de avicultura no país. Recentemente, a APA doou para o   Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo Fussesp 12 mil toneladas de frangos e 3.900 dúzias de ovos, que serão entregues em favelas situadas nas regiões carentes da Zona Sul da Grande São Paulo.