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Dólar pressiona

<p>Câmbio mantém preços agrícolas em baixa no país.</p>

Da Redação 20/09/2005 – A valorização do real em relação ao dólar americano e a queda das cotações de algumas commodities no exterior voltaram a golpear os preços agrícolas no país na semana passada. Com isso, de acordo com especialistas, a tendência de queda observada nos últimos meses – determinante para as variações negativas de alguns dos principais indicadores que medem a inflação no mercado interno – dificilmente será revertida em setembro.

Em São Paulo, locomotiva do consumo doméstico, o índice de preços recebidos (IPR) pelos produtores agropecuários, pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado – encerrou a segunda quadrissemana do mês com variação negativa de 3,59%. Foi a maior queda quadrissemanal desde maio de 2003, e em relação ao intervalo imediatamente anterior houve perda de 1,82 ponto percentual.

“No campo, o câmbio é o ””preço dos preços””, e o real apreciado em relação ao dólar continua tirando sustentação das cotações agrícolas. No mês, a variação negativa acumulada deverá ficar em torno de 2%”, afirmou Nelson Batista Martin, pesquisador do IEA. Na semana passada, a expectativa de Martin era de uma queda acumulada “bem menor” que a de agosto, que alcançou 2,24%.

Na segunda quadrissemana, houve fortes retrações médias tanto no grupo de produtos de origem vegetal (3,66%) quanto do grupo de produtos de origem animal (3,46%). Dos 19 produtos pesquisados pelo IEA, 14 caíram, e muitos daqueles que não têm ligação direta com câmbio ou cotações internacionais também perderam sustentação por motivos específicos de cada mercado. O maior tombo foi o dos ovos (22,06%), motivado pelo momentâneo aumento da oferta, seguido por feijão (20%), batata (16,67%) e cebola (14,89%), três culturas com clima favorável à produção. Dos produtos transacionados pelo país no exterior, caíram algodão (11,11%), café (9,09%), laranja (3,23%), soja (9,69%), trigo (13,59%) e boi gordo (4,81%).

No atacado paulista, o período entre os dias 8 e 15 de setembro também foi de queda de preços. Segundo pesquisa da MSConsult com base em uma cesta de 14 produtos, o recuo foi de 0,8%, sinalizando uma retração também de 2% para o acumulado do mês.