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Betafin

<p>A importância da betaína natural na nutrição de suínos.</p><p></p><p> </p><p></p><p></p>

Redação SI 30/08/2005 – Betafin é a betaína natural obtida através do processamento da beterraba açucareira, produzida pela Danisco Animal Nutrition, e comercializada no Brasil pela Btech Tecnologias Agropecuárias e Comércio Ltda.

 

A betaína é uma trimetilglicina composta por uma molécula de glicina com três grupamentos metílicos, de peso molecular de 117,15, com propriedade não tóxica e estável sob altas temperaturas (200C). Substância de ocorrência natural, encontrada em uma variedade de plantas e espécies animais, atuando no metabolismo com duas funções principais: osmoproteção e doadora de grupos metil.

 

Betafin, um osmolito bipolar, possui grande afinidade pela molécula de água, o que tem importante papel na manutenção do equilíbrio osmótico e iônico, minimizando os prejuízos da desidratação celular em condições de estresse. A vantagem da propriedade osmolítica de Betafin frente à bomba de sódio-potássio, está envolvida no menor gasto de energia, uma vez que quando a célula armazena betaína, ela passa a manter constante sua concentração hídrica. É fato conhecido que de grande parte da energia gasta para mantença cerca de 30 a 60% são utilizadas na manutenção do volume celular de água, esta energia está associada ao mecanismo de bomba de sódio-potássio, utilizado para manter o balanço hídrico das células (Remus, 2001).

 

Essa energia antes gasta para a manutenção celular é destinada para outros processos metabólicos de produção e crescimento. Siljander-Rasi et al. (2003) observaram que a adição de betaína na dieta de suínos aumentou linearmente o ganho de peso diário e melhorou a conversão alimentar. Além de proporcionar economia na manutenção do equilíbrio hídrico e osmótico, a betaína permite que a célula não perca sua função metabólica em situações de estresse, seja este calórico ou pela presença de patógenos e/ou toxinas.

 

Em diversos experimentos conduzidos pela Danisco Animal Nutrition foi observado que a adição de Betafin na dieta de frangos melhora a relação cripta:vilo nas paredes do trato gastrintestinal (TGI), devido aos benefícios da osmoproteção, promovendo melhores coeficientes de digestibilidade dos nutrientes da dieta. Esses benefícios associados sugerem uma melhor integridade intestinal e menor disponibilidade de substrato no TGI e, conseqüentemente minimizam os desafios do desenvolvimento de patógenos no organismo.

 

Com relação à função de doador de grupo metil, sabe-se que os doadores desses grupamentos são moléculas que possuem um ou mais grupamento CH3 em sua composição, e doam estes para determinadas reações bioquímicas do organismo. Fontes dietéticas doadoras de grupos metílicos, como a colina, metionina e a betaína, conseguem melhorar a mobilização de colesterol e lipoproteínas do fígado de cobaias (Suguyama et al., 1986), através da síntese de VLDL, Carnitina e fosfaditilcolina.

 

Quando à colina, está envolvida na síntese de fosfaditilcolina, ela se torna menos efetiva nos processos de metilação e por isso outros doadores de metil são mais eficientes. A colina é equivalente apenas a 55% do potencial de metilação da betaína, sendo apenas a molécula de colina livre, sem estar agregada a fosfolipídios, transportada para as mitocôndrias celulares do fígado, para o uso na síntese da betaína.

 

Através de diferentes rotas metabólicas, a betaína pode contribuir com a diminuição da deposição de gordura na carcaça, e através da síntese de metionina e S-adenosilmetionina, via transmetilação da homocisteína, promove maior desenvolvimento e síntese de tecido muscular, proporcionando maior rendimento de carcaça e precocidade de leitões (Partridge, 2002).

 

Os benefícios da utilização de Betafin como doador de grupamentos metil são considerados na formulação das dietas através do programa Betacheck (Danisco Animal Nutrition), o qual calcula o quanto de colina e metionina podem ser otimizados, considerando os níveis de suplementação e condições específicas de criação encontrados na prática.

 

Testes

 

A Danisco tem realizado vários experimentos para verificar os efeitos da adição de Betafin em suínos nas diferentes fases de criação, sendo observado benefícios de redução da exigência de energia metabolizável para mantença em 10% para suínos em crescimento. Para leitões pós-desmame observou-se aumento do ganho de peso e no consumo de ração, melhora na conversão alimentar, aumento da tensão superficial do epitélio do TGI (integridade intestinal) e redução na incidência de diarréia. E, para matrizes em lactação, a suplementação com Betafin promoveu aumento no tamanho da leitegada seguinte e diminuiu o números de leitões natimortos.

 

Além de suas funções principais, o Betafin contribui ainda com uma molécula de glicina no final do metabolismo, a qual pode ser muito importante em dietas formuladas com base em milho e farelo de soja, sem a inclusão de produtos de origem animal, uma vez que essa dieta pode estar deficiente nesse aminoácido, e comprometer principalmente as fases iniciais de crescimento animal.

 

Baseado nos conceitos de benefícios do Betafin, nos resultados apresentados em muitos experimentos desenvolvidos pela Danisco, bem como na atual busca da suinocultura por alternativas para promover a integridade intestinal e melhores resultados com produtos naturais, a Btech têm investido no planejamento e desenvolvimento de experimentos para comprovações práticas da utilização de Betafin na alimentação de suínos.