Redação SI 23/08/2005 – Depois da Rússia, Hong Kong, Argentina, Uruguai e Caribe, agora é a vez da Integração das Cooperativas do Médio Norte de Mato Grosso (Intercoop) buscar o mercado da Ucrânia para ampliar as exportações de carne suína. Uma missão ucraniana, composta por técnicos e veterinários, esteve vistoriando ontem pela manhã as instalações do frigorífico, localizado em Nova Mutum (269 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá), com o objetivo de verificar as condições sanitárias e de abate da planta, visando a importação de carne para aquele país.
No final da tarde de ontem, por telefone, o gerente comercial do Intercoop, Carlos Sérgio Tomazi, disse que apesar do resultado da vistoria só sair em cerca de três semanas, estamos otimistas, pois não tivemos nenhuma observação por parte dos ucranianos e ainda teceram elogios as instalações.
Tomazi conta que a missão por várias vezes ressaltou os padrões de higienes adotados em todo sistema operacional. Temos uma planta jovem e joga ao nosso favor, pois facilita a inspeção e por isso, atendemos aos critérios da missão. O gerente contou ainda, que durante conversas, a missão disse que de todos os frigoríficos que visitaram no Brasil, em nenhum tinham visto estrutura como a nossa.
Os ucranianos vieram acompanhados de um veterinário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Eles estão percorrendo o Brasil desde o último dia 6, já tendo visitado cerca de 20 frigoríficos. Amanhã a missão estará visitando o frigorífico de São Gabriel DOeste (MS) e, depois, segue para Brasília, onde juntamente com técnicos do Mapa irá avaliar as condições do frigorífico e do rebanho mato-grossense.
De acordo com o diretor comercial da Intercoop, Valmir Volpato, a Ucrânia é um mercado emergente e está em busca de novos mercados exportadores. O país compra atualmente cerca 100 mil toneladas/mês de países do Leste Europeu, como Dinamarca e Polônia. Esperamos que esta visita seja concreta e resulte na habilitação da nossa planta industrial para exportação para a Ucrânia, prevê Volpato.
A Intercoop, que tem em sua composição acionária a Carrols Food (do grupo canadense Smithfield Foods), o Grupo Otaviano Pivetta e as cooperativas Coopermutum (Nova Mutum) e Coagril (Lucas do Rio Verde), tem a Rússia como o seu principal parceiro. O país, sozinho, compra 75% de tudo que a Intercoop exporta, cerca de 1,5 mil toneladas/mês.
A produção é oriunda de regiões como Lucas do Rio Verde, Diamantino, Nova Mutum e Tapurah.
Atualmente, a Intercoop abate 1,9 mil suínos-dia, com uma produção mensal de carne em torno de 4,8 mil toneladas. Para o próximo mês de outubro, a meta é ampliar o volume de abates para 2,4 mil suínos/dia.
Volpato informou que a ampliação da indústria custou aproximadamente R$ 6 milhões e está em fase de conclusão. Queremos atender a oferta de suínos na região do Médio Norte, que é cada vez mais crescente e impõe a necessidade de constantes ampliações da nossa planta industrial, frisa o diretor da Intercoop.
Segundo ele, o projeto da Cooperativa é chegar em 2007 com capacidade diária de abate de 4,4 mil animais e, no ano de 2010, 7 mil suínos/dia, prevendo também, exportações África do Sul, Singapura e Japão. A meta para os próximos cinco anos é chegar a um volume de 10 mil toneladas/mês em exportações. Até lá o frigorífico Intercoop terá investido cerca de US$ 16 milhões em ampliações e modernizações tecnológicas.
A previsão de faturamento da Intercoop, a partir de 2010, é de US$ 300 milhões/ano. Atualmente, o faturamento é de US$ 15 milhões por mês, US$ 180 milhões ao ano.
A Intercoop, aberta em 98, é constituída atualmente por cerca de 30 produtores das regiões de Lucas, Nova Mutum, Tapurah e Diamantino.