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Comércio promissor

<p>Suinocultura de Mato Grosso busca ampliar mercado na China e Japão.</p>

Redação SI 10/08/2005 – Na bagagem para a viagem à China e ao Japão, a Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), que embarca nesta quinta-feira, com a comitiva do governador Blairo Maggi, vai levar itens considerados imprescindíveis para abrir espaço no maior mercado internacional de carne suína do mundo: a garantia da sanidade animal e da qualidade do suíno produzido em Mato Grosso.

“Temos 80% de chances de voltarmos dessa viagem com negócios concretizados ou encaminhados para exportação da nossa carne suína. Estamos no caminho certo”, assegurou o presidente da entidade, Raulino Teixeira Machado.

O portfólio, na versão em chinês e em inglês, elaborado pela Acrismat apresenta o potencial da produção de suínos no Estado. Além da sanidade animal (Mato Grosso é área livre de febre aftosa e da peste suína clássica) e da produção com alta tecnologia realizada em oito granjas GRSC (Granja de Reprodutores Suídeos Certificados) registradas na entidade, o setor tem atributos significativos para ganhar a atenção dos países asiáticos. O plantel (estimado) atual de 50 mil matrizes das granjas tecnificadas poderá chegar, sem problemas, a um número maior, de acordo com o presidente da Associação.

Há ainda, grande oferta de alimentação confiável para os suínos, ou seja, a base da ração diária do plantel total de 900 mil cabeças rastreadas, é de farelo de soja e milho e, diante da produção mato-grossense de grãos, comida é o que não falta. Para os chineses, os maiores produtores e consumidores de carne suína no mercado internacional, o baixo custo da produção mato-grossense também pode fazer a diferença. A média é de US$ 0,50 o quilo (kg), ou US$ 1,2 mil a tonelada, 25% menos que o custo de vários Estados que lideram a produção suína no país.

“Com oferta garantida de suínos oferecemos também a pontualidade na entrega”, apontou Raulino Machado, um dos primeiros produtores do Estado desde o início dos anos 90.

O Estado exportou de janeiro a abril deste ano, cerca de 500 mil kg de carne suína, o equivalente a US$ 649 mil. Em 2003, só a Rússia foi responsável pela aquisição de R$ 470 mil toneladas, volume que não deve se repetir porque o governo russo por interesses políticos decidiu reduzir a cota de importação dos países produtores para apenas 179 mil toneladas. Cota, que de acordo com a diretoria da Acrismat, já estaria praticamente esgotada. O Brasil é o quinto maior produtor de suínos no mercado mundial. Dois frigoríficos, o Excelência (Nova Mutum) e o Raja (Rondonópolis) estão credenciados para exportar carne suína em Mato Grosso e outros frigoríficos estão com o processo em andamento.

Promissor

A ponte entre chineses e mato-grossense será feita pelo escritório do governo do Estado, que será inaugurado nas instalações da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) de São Paulo, na China.Com uma produção de cerca de 44,7 milhões de toneladas em 2003, 47% da produção mundial, segundo o anuário da PorkWord, site da suinocultura da América Latina, a China consome em média 30,5 quilos (kg) de carne suína, por ano.

A produção é de baixa tecnologia, a maior parte, feita por agricultores familiares. O país possui febre aftosa, o que limita sua capacidade de se tornar um grande exportador mundial. Os chineses concentram 49 % da criação de suínos do mundo, com suas 464 milhões de cabeças para abastecer o mercado interno. É a principal carne consumida pelos chineses (67% de todas as carnes). Com todo este mercado pela frente, a Acrismat acredita que pode consolidar a posição da suinocultura mato-grossense no mercado internacional e, ao mesmo tempo, ampliar o mercado interno. O consumo estadual de carne suína gira em torno de 8 kg/per capita/ano e no Brasil é de cerca de 13 kg/percapita/ano. Nos países europeus o volume é de 70 kg/per capita/ano e nos EUA 50 kg por pessoa/ano.

Uma campanha nacional de marketing mais agressivo para divulgar as qualidade da carne suína está sendo definida. Dar mais visibilidade ao produto, oferecer mais opções de cortes da carne e introduzir o produto na merenda escolar são algumas das ações previstas na estratégia do setor.

Os resultados da negociação na China e no Japão podem influenciar o mercado interno. “Temos os suínos, a soja e o milho, só falta o consumidor”, ressaltou o presidente da Acrismat, Raulino Teixeira Machado.

A comitiva do governo de Mato Grosso embarca para São Paulo nesta quinta-feira (20/05), chega na China no sábado onde fica até o dia 29. A viagem para o Japão será no domingo, 30 de maio. A comitiva retorna a Mato Grosso no dia 03 de junho.