Redação AI 09/06/2005 – O laudo do Ministério da Agricultura sobre o foco de doença respiratória em frangos de uma granja em Jaraguari (MS) não dará base para que clientes do Brasil suspendam os embarques de carne. A afirmação é de José Augusto Lima de Sá, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). Hoje, o Ministério divulgou nota afirmando que foi encontrado vírus não patogênico da Doença de Newcastle em amostras das aves daquela granja. Assim como a gripe aviária, a Doença de Newcastle é considerada de doença de risco 1 pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O resultado da análise divulgada pelo Ministério indica que o teste de Índice de Patogenicidade Intracerebral (IPIC) foi de 0,41. Esse resultado significa, segundo nota do Ministério, que o vírus não se caracteriza como um “vírus patogênico de Newcastle”. Segundo Lima de Sá, o laudo do Ministério isenta a carne brasileira de riscos, já que não há nem Newcastle nem gripe aviária. “Pelos critérios da OIE, não haveria sequer necessidade de comunicar a constatação do vírus nas aves”, diz Lima de Sá. “As regras internacionais dizem que a carne brasileira continua perfeitamente segura.”
O presidente da Abef disse que a presença do vírus em amostras das aves abatidas pode ser resultado da vacinação. Segundo ele, as aves daquela granja foram vacinadas contra a doença, e a vacina contém traços do vírus. Lima de Sá também afirma que as aves não morreram por causa da ação do vírus. “Não se pode dizer que os frangos morreram de Newcastle, pode ter sido uma conjunção de fatores, como uma reação à vacina e a ação de uma bronquite severa.”
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Apesar de garantir a sanidade das exportações de frango brasileiras, a Abef afirma que ainda não é possível avaliar se a notícia do foco em Mato Grosso do Sul trará cancelamento de contratos. O MS é responsável por menos de 2% dos embarques de frango do Brasil. “Já vimos casos em que ocorreram bloqueios por causa de argumentos desprovidos de base”, disse. “Por exemplo, a Rússia suspendeu as vendas de carne de frango de Santa Catarina por causa de um surto de febre aftosa no gado do Amazonas.”
