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Reflexos da Semana Santa

<p>Consumo do frango recua e derruba preço no mercado brasileiro.</p>

Redação AI 28/03/2005 – O mercado de frango brasileiro registrou uma semana de poucos negócios, influenciado pelo efeito da “Semana Santa”, período do ano em que tradicionalmente o consumo de carnes recua consideravelmente, afetando as vendas de carne bovina, de frango e suína.

Em São Paulo, principal praça de comercialização do Brasil, os preços do quilo vivo recuaram de R$ 1,30 para R$ 1,25, com registro de bons volumes de ofertas e poucos negócios. Em Minas Gerais, a cotação do produto vivo teve queda maior, de dez centavos, passando de R$ 1,45 para R$ 1,35.

De acordo com o analista de Safras & Mercado, Miguel Biegai, além da “Semana Santa”, fatores como o excesso de oferta no mercado e a proximidade do final do mês contribuem para um recuo nas cotações do produto. “O mercado enfrenta um dos períodos mais fracos de demanda no ano, que somado ao excesso de oferta, por força dos elevados volumes de alojamento de pintos de corte em fevereiro, acaba por inibir a sustentação dos preços”, destaca.

Miguel explica que o alojamento de pintos de cortes em fevereiro superou as previsões iniciais, configurando um excesso de oferta ao mercado. “O alojamento de pintos de corte em fevereiro, que era estimado em 332 milhões de cabeças, ultrapassou todas as expectativas e foi ficar em 351 milhões de cabeças, estabelecendo um ritmo diário de 12,54 milhões de cabeças alojadas no Brasil, o maior ritmo de todos os tempos”, salienta.

Excesso de carne?

O analista destaca que, em termos práticos, o volume de carne de frango que está entrando no mercado entre a segunda quinzena de março e a primeira quinzena de abril é superior ao registrado na segunda quinzena de dezembro, período de maior demanda do ano.

Na visão de Biegai, os produtores se empolgaram com a possibilidade de ter um cenário de insumos baratos e forte exportação entre os meses de março e abril. “Entretanto, como a exportação não está muito firme, a média diária de embarques de carnes das três primeiras semanas de março ficou em cerca de US$ 26 milhões, volume que poderia ser considerado bom até alguns meses, mas que hoje é insuficiente para evitar uma sobra de oferta no mercado”, analisa.

Com relação aos insumos, segundo Biegai, o ponto determinante para a alta nas cotações do milho foi a estiagem, trazendo um custo ao produtor maior do que o previsto. “Menos mal que a paridade de importação, diante do dólar baixo, acaba limitando o preço do milho nos atuais patamares no Centro-Sul brasileiro. Se o dólar estivesse mais alto, o milho poderia estar ainda mais caro”, conclui o analista de Safras & Mercado.

No mercado nacional, as novidades ficaram por conta do anúncio da União Brasileira de Avicultura (UBA) para os alojamentos de matrizes de frango em fevereiro e no primeiro bimestre.

De acordo com a entidade, o Brasil alojou 2,787 milhões de matrizes de corte de frango em fevereiro de 2005, um aumento de 17,0% sobre as 2,382 milhões de matrizes alojadas no mesmo mês de 2004. Em relação a janeiro deste ano, quando foram alojadas 2,908 milhões de matrizes, o recuo é de 4,17%.

de corte de frango5, alta de 15,0% sobre as 4,954 milhões de matrizes alojadas no mesmo período do ano passado.