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Análise do mercado

<p>Veja a seguir os comentários sobre o desempenho da </p><p>avicultura brasileira em 2004 e as perspectivas do setor para 2005 feitos pelo analista Oto Xavier, da Jox Assessoria Agropecuária.</p><p></p>

A produção brasileira de carne de frangos em 2004

 

Com base em dados levantados pela APINCO Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte, a produção brasileira de carne de frango no ano de 2004 deve ter ficado em torno de 8,434 milhões de toneladas, um crescimento de 10,3% sobre o ano anterior. Confrontando este número com a estimativa de produção mundial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 55,233 milhões de toneladas, conclui-se que a produção brasileira de carne de frangos no ano de 2004 equivaleu a cerca de 15,3% da produção mundial.

Consumo interno de carne de frango

Depois de haver recuado cerca de 2,1% no ano de 2003 ante 2002, a disponibilidade interna de carne de frango em 2004, ainda segundo dados da Apinco, mostrou um crescimento de 5,5%. Uma vez que não houve aumento significativo no poder aquisitivo, este número não deixa de ser um forte indicativo da alta competitividade da carne de frango diante das outras carnes.

Consumo Per Capita

O consumo per capita de carne de frango em 2004 está estimado em 33,6 quilos por habitante, o que representa um crescimento de 2,75% diante de 2003. Contudo, este número ainda é menor que o consumo per capita obtido no ano de 2002.

Exportações de carne de frango

Em 2004, por mais um ano, o ponto alto da avicultura de corte no Brasil continuou sendo as exportações. Com produtos de alta qualidade e preços competitivos, o Brasil tem atuado com agressividade no mercado internacional, aumentando a cada ano sua participação no comércio mundial de carne de aves, apesar do grande número de empecilhos comerciais. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA) está prevendo que as exportações mundiais de carne de frango atingirão 6,225 milhões de toneladas em 2005, um crescimento de 7,4% sobre 2004. O USDA calcula o share do Brasil em 38,9% no ano de 2004, um incremento de 24,3% sobre 2003. Para 2005, a previsão dos americanos para o share brasileiro é de 39,8%, o que representaria um aumento de apenas 2,3% na participação do País nas exportações mundiais.

Enquanto as exportações de carne de frango dos Estados Unidos recuaram 9,4% desde 2002 até 2004, as exportações brasileiras mostraram um incremento de 43%. Na verdade, além da competitividade do nosso produto, o crescimento das exportações brasileiras de carne de frango foi facilitado pela ocorrência de problemas sanitários em várias regiões produtoras do mundo. É evidente que os países que perderam posição no mercado internacional tentarão a todo custo retomar seus embarques. Ainda de acordo com os dados do USDA, o aumento previsto para as exportações brasileiras de carne de frango em 2005 diante de 2004 será de 10,0%.

Preços do frango vivo no mercado de São Paulo

Em relação ao ano de 2003, os preços do frango vivo comercializado no interior de São Paulo em 2004 apresentaram uma pequena evolução positiva. Inclusive, até o mês de maio, todas as médias mensais foram inferiores a 2003. O preço médio de 2004 é somente 4% superior à média de 2003.

Frango resfriado

O frango resfriado continuou a sofrer, no decorrer de 2004, uma forte concorrência dos frangos ditos temperados. Comercializados a preços mais competitivos, têm se tornado obstáculos cada vez maiores ao frango resfriado. A disputa pelo consumidor está sendo ainda mais acirrada e os frangos temperados aumentam sua presença no mercado, principalmente devido ao preço mais baixo em relação ao produto in natura.

Matérias-primas para rações

Tanto as disponibilidades de farelo de soja quanto de milho foram folgadas em 2004. Por mais um ano, a boa safra agrícola garantiu o fornecimento necessário para a fabricação de rações. Principalmente no segundo semestre, os preços de milho e farelo de soja recuaram em relação ao mesmo período do ano anterior, garantindo um custo de produção baixo para o criador e, por consegüinte, uma boa rentabilidade.

O ano de 2005

Uma previsão de crescimento de 5% em 2005 para a avicultura brasileira de corte é um número conservador, pois, no ano de 2004, o crescimento obtido gira em torno de 10%.

O mercado interno de carne de frangos deverá continuar extremamente competitivo e, ao contrário dos últimos anos, o crescimento previsto para a economia ajudará a alavancar o consumo de carne de frangos. As empresas que não se atualizarem tecnicamente, apresentando a eficiência exigida neste ambiente de forte competição, com certeza, serão penalizadas pelo mercado. Também é certo que, apesar das dificuldades que se apresentarão, as empresas exportadoras continuarão atuando com agressividade nas vendas externas.

Os primeiros prognósticos indicam uma boa safra agrícola para o ano de 2004. A menos que haja uma grande frustração, o abastecimento de milho e de farelo de soja para fabricação de rações estão praticamente garantidos.

Opinião de Mercado

“Certamente este período foi bom para a cadeia avícola toda, pois tivemos uma redução dos custos de certas matérias-primas importantes e conseqüentemente uma ótima procura de nosso produto, tendo visto que o frango obteve bom desempenho no mercado interno e ótimo no mercado externo. Houve um aumento e uma alta procura para as exportações de ovos férteis neste período como nunca havíamos tido antes, com isso também ajudou a melhorar a procura deste produto. Neste período houve uma conscientização dos produtores em se tratando do aumento do alojamento de matrizes em 2004 comparado com 2003. Portanto, se mantivermos esta preocupação em 2005 certamente vamos ter boas perspectivas para os próximos dois anos para o segmento todo. Quanto a 2005, as perspectivas são de muita apreensão. Pois quando o segmento está bem os aumentos na avicultura são muito rápidos. Portanto, achamos que se toda cadeia avícola dos avozeiro até os compradores de ovos e pintos, usarmos o bom senso. Deveríamos controlar o alojamento de matrizes, que certamente teremos mais um ano bom. Estamos bastante otimistas com as exportações se estas continuarem boas, certamente estamos seguros de bons resultados em 2005. Nossa apreensão também é com os casos sanitários que afetaram a avicultura mundial e será que não vamos ter problemas? O que estamos fazendo para que isto não aconteça? Por estes motivos estamos um tanto apreensivos e cautelosos”.

Adriano Paludo e Lauri Francisco Paludo, proprietários da Pluma Agroavícola, de Cascavel (PR).