Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Produtores do PR pedem liberação de R$ 500 mi para milho safrinha

Lavoura deve injetar R$ 1,4 bilhão na economia do Estado em 2004, diz Ocepar.

Da Redação 21/01/2004 – 06h00 – Os agricultores começaram a semear as lavouras de milho safrinha, mas até agora o Ministério da Agricultura ainda não definiu as regras para financiamento desta cultura. Este fator, de acordo com a Organização e Sindicato das Cooperativas do Paraná (Ocepar), pode afetar a produtividade das lavouras paranaenses, que têm potencial para injetar R$ 1,4 bilhão na economia do estado. “Os agricultores, sem dinheiro, podem optar por usar tecnologias já superadas ou então atrasar o plantio, o que aumenta o risco de perdas (por causa do frio)”, comenta.

A entidade afirma que seria necessária uma liberação de R$ 500 milhões do Banco do Brasil para custear os 1,45 milhão de hectares que serão dedicados ao milho safrinha no Paraná em 2004. Como se trata de um financiamento rural, a taxa de juros seria de 8,75% ao ano, segundo a Ocepar. Os produtores reivindicam que esses recursos sejam liberados dentro do Proagro espécie de seguro que garante o pagamento dos valores financiados mesmo que ocorram perdas na lavoura.

Com o aumento do preço da soja no mercado internacional, a colheita de inverno (safrinha) se torna cada vez mais importante para garantir o abastecimento do produto no país, segundo o presidente da Ocepar, João Paulo Koslowski. “Hoje, quase a metade do milho é colhida na safrinha. Das 13 milhões de toneladas a serem colhidos no Paraná, 6 milhões virão da safra de inverno”, comenta.

O Paraná responde hoje por quase 30% do milho colhido em todo o país neste ano, a produção brasileira deve ficar em 45 milhões de toneladas, segundo Koslowski. Entretanto, o volume será 2 milhões de toneladas menor do que o de 2003, de acordo com o presidente da Ocepar, uma vez que muitos produtores migraram para a soja. Somente no Paraná, a redução na produção de milho será de 700 mil toneladas.

O grande problema do setor agrícola atualmente, na opinião de Koslowski, é a falta de uma política de médio prazo. “As regras de financiamento poderiam ser definidas para um período de três anos. Com regras definidas, o agricultor pode se programar melhor.” O Banco do Brasil e o Ministério da Agricultura foram procurados ontem pela Gazeta do Povo e se comprometaram a repassar hoje informações sobre as regras de financiamento.

Ontem (20/01), a Ocepar começou a negociar com o prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi, uma forma de a prefeitura da capital ajudar os produtores de leite do estado. A entidade informou que foi uma conversa preliminar, em que nenhum acordo foi fechado.