Da Redação 23/04/2004 – 06h00 – Falta transporte para escoar a safra de soja no sul do Paraná. Os caminhoneiros estão evitando o frete para o porto de Paranaguá por causa da demora para descarregar a carga. A colheita nem acabou e as cooperativas estão com medo de que o número de armazéns para guardar a safra seja insuficiente.
Nesta época, normalmente saem de um posto de combustíveis em Ponta Grossa 450 caminhões com destino à Paranaguá. No entanto, atualmente as transportadoras com escritórios na cidade estão conseguindo mandar no máximo 150 carretas por dia. Os caminhoneiros preferem trabalhar na região do município do que ficar parados na fila do porto. “A perda de tempo no trabalho com a fila não vai para”, afirma um caminhoneiro da região.
Os problemas de Paranaguá começam a afetar também as cooperativas do interior do Estado. Algumas correm o risco de ficar sem espaço nos silos para receber a soja que ainda está no campo.
A soja colhida na região costuma ser colhida entre março e abril. Mas a falta de luminosidade em dezembro e problemas de estiagem atrasaram a colheita. Dentro de duas semanas, os armazéns devem receber as últimas cargas de grãos.
A Cooperativa Castrolanda do município de Castro no sul do Paraná está com 80% da capacidade tomada. Segundo Alcebíades da Cruz, coordenador de produção da cooperativa, nesta época do ano saem até 100 caminhões por dia de Castrolanda com destino à Paranaguá. Porém, com a falta de caminhoneiros interessados em viajar para o porto, esse número caiu para dez. “Em duas ou três semanas, se não se normalizar a situação de despacho para Paranaguá, nós vamos ter problemas sérios em relação à armazenagem”, explica ele.
No momento, a fila de caminhões no porto de Paranaguá chega a 90 quilômetros. Por causa da chuva de quarta-feira, no Paraná, os navios não puderam ser carregados.