Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Cotações do milho em queda no Brasil

Preços do grão no mercado interno registram, em outubro, a menor média mensal desde setembro de 2002.

Da Redação 27/10/2004 – Os preços do milho no mercado interno registram, em outubro, a menor média mensal desde setembro de 2002. Segundo a Safras & Mercado, a saca de 60 quilos está saindo, em média, por R$ 15 no Centro-Sul, 8,76% abaixo da média de outubro de 2003. Em setembro de 2002, a média foi de R$ 14,50.

Segundo Paulo Molinari, analista da Safras, a queda deve-se ao excesso de oferta do grão no mercado físico e às dificuldades para o produtor obter crédito agrícola. “Muitos produtores seguram a soja à espera de preços melhores e vendem o milho para girar capital para financiar o plantio”.

Segundo Molinari, outro fator que exerce influência é a queda dos preços do milho na bolsa de Chicago, devido à previsão feita pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), de produção recorde naquele país, estimada em 294,99 milhões de toneladas.

Leonardo Sologuren, sócio-diretor da Céleres, observa que desde a divulgação do primeiro levantamento do USDA, em agosto, as cotações do milho recuaram, em média 30% em Chicago. Ontem, a notícia de aumento das exportações americanas na última semana estimulou os especuladores a aumentarem as compras e os contratos com vencimento em dezembro fecharam em alta de 1,50 centavos de dólar, a US$ 2,06 por bushel.

A queda nas cotações ao longo do ano dificulta a competitividade do Brasil no mercado externo. Sologuren lembra que o preço da saca exportada via Paranaguá, que chegou a sair a R$ 22 no início do ano, teria de ser embarcada, agora, a R$ 16 (o equivalente a US$ 90 por tonelada) para ser competitiva no mercado externo. Fernando Muraro, analista da Agência Rural, diz que o câmbio abaixo de R$ 3 também dificulta a exportação de milho brasileiro.

Por conta desses fatores, alguns analistas trabalham com perspectiva de redução das exportações de milho no próximo ano, para volumes entre 2,8 e 3,7 milhões de toneladas, ante as 4,5 milhões previstas para este ano.

Para Molinari, os preços em queda, associados ao aumento dos custos de produção, desestimulam a decisão de plantio para a próxima safra de verão. Até o fim de setembro, as vendas de sementes tinham recuado 40% no Mato Grosso, 30% em Goiás e no Mato Grosso do Sul e 20% em São Paulo e em Minas Gerais, comparados ao mesmo período de 2003. O analista diz que o custo de produção subiu em média 6%, para R$ 13 por saca.

Para 2004/05, a Safras prevê redução de 0,3% da área total, para 6,03 milhões de hectares, e produção 1% maior, de 41,4 milhões de toneladas. O consumo deve crescer 2%, para 37,4 milhões de toneladas, puxado pela maior demanda dos setores de aves e suínos.