Da Redação 07/12/2004 – Os exportadores de carnes e o governo brasileiro esperam que a Rússia dê um parecer esta semana sobre o embargo ao produto nacional, que já dura mais de dois meses e foi motivado pelo registro de um foco de aftosa em Careiro do Várzea (AM). Só Santa Catarina pode embarcar carnes para o mercado russo, já que no dia 16 de novembro, o embargo ao Estado foi suspenso. A missão de técnicos russos que esteve no país visitando a região afetada pela doença e verificando o sistema de controle sanitário no Brasil, há duas semanas, fez um relatório sobre a viagem, e o documento seria favorável ao país, de acordo com fontes do setor exportador brasileiro.
“O relatório foi positivo para a liberação das carnes e esperamos uma resposta esta semana”, comentou Cláudio Martins, diretor-executivo da Abef (reúne exportadores de frango). O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Maçao Tadano, não comentou o relatório, mas afirmou que a reação da missão ao que viu durante as visitas foi “positiva”. Ele disse que o relatório dos técnicos deve ser entregue às autoridades russas entre “terça e quarta-feira”, ou seja hoje e amanhã.
Ainda ontem, porém, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que o relatório da missão russa deve ficar pronto até o fim desta semana. “A nossa expectativa é de que seja um relatório positivo, com o fim do embargo, e que o resultado seja divulgado até o fim da semana”, disse Rodrigues.
Tadano não quis comentar a possibilidade de a Rússia abrir seu mercado às carnes de mais alguns Estados e não de todo o país, como comentavam alguns exportadores ontem. Segundo essas fontes, a Rússia teria a pretensão de retomar as compras de carne do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Outras fontes do setor exportador disseram, porém, que os russos podem reabrir apenas Paraná e Rio Grande do Sul, Estados livres de aftosa com vacinação.
Os russos proibiram as compras de carnes bovina, suína e de frango do Brasil alegando risco de contaminação por causa da aftosa no Amazonas. Acontece que a região não é exportadora, por isso o governo afirma que não há justificativa técnica para o embargo. A Rússia retomou as compras apenas de Santa Catarina, único Estado reconhecido como livre de aftosa sem vacinação. Uma fonte disse ainda que os dois países podem rever o atual acordo sanitário, pelo qual se registrar foco de aftosa, o Estado fica proibido de exportar à Rússia por dois anos e os Estados com os quais faz divisa, por um ano. (Colaborou Taciana Collet, de Brasília)