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Sanidade

ABPA considera inviável vacinação contra gripe aviária devido ao tamanho do plantel nacional

Indústria avícola brasileira receia que a imunização gere restrições nas exportações

ABPA considera inviável vacinação contra gripe aviária devido ao tamanho do plantel nacional

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) se posicionou de forma contrária à vacinação de aves contra o vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). A entidade argumenta que a vacinação em larga escala é inviável operacionalmente devido ao tamanho do plantel de aves comerciais do Brasil.

Francisco Turra, presidente do Conselho Consultivo da ABPA, destacou que o Brasil possui um ciclo de produção de quase 7 bilhões de aves de corte em apenas 40 dias, o que torna a vacinação impraticável na prática. Embora a associação apoie estudos sobre a vacinação contra a gripe aviária, ela está em linha com as ideias defendidas pelo Conselho Internacional de Avicultura (IPC) e pelo Conselho Internacional de Ovos, que também se opõem à imposição de barreiras comerciais a países que adotam estratégias de vacinação.

O principal receio da indústria avícola brasileira é que a imunização do plantel industrial gere restrições nas exportações para mercados internacionais. Até o momento, os Estados Unidos também evitaram a vacinação em massa em suas aves comerciais. Turra ressalta que o Brasil segue rigorosamente as exigências da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) e não houve nenhuma manifestação oficial em relação ao comércio mundial dos produtos avícolas brasileiros. Ele enfatiza que o Brasil foi um dos últimos territórios do globo a apresentar indícios de influenza aviária, que ainda não se confirmaram no rebanho comercial.

O Brasil é o maior exportador mundial de frango, com embarques para mais de 130 países. A indústria avícola gera cerca de 4 milhões de empregos diretos e indiretos no país. José Eduardo dos Santos, presidente-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), afirma que a entidade compartilha do posicionamento da ABPA e destaca que, enquanto não houver casos que afetem a produção industrial, não há razão para a vacinação. No entanto, ele ressalta que novas avaliações serão feitas caso ocorram mudanças no cenário.

Segundo a ABPA, a produção nacional de carne de frango em 2022 foi de 14,5 milhões de toneladas, um aumento de 1,5% em relação ao ano anterior. Com essa quantidade, o Brasil superou a China e assumiu a segunda posição entre os maiores produtores mundiais de carne de frango, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

A ABPA reitera que sua posição é alinhada com os pontos defendidos pelo Conselho Internacional de Avicultura (IPC) e pelo Conselho Internacional de Ovos (IEC). Embora não exija a vacinação para sua própria produção, a entidade defende que não haja barreiras comerciais para nações que optarem por adotar essa medida. A decisão de adotar a vacinação será tomada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.