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Produção mineira de suínos não acompanha o ritmo nacional

Ocorreu no estado de MG redução no plantel de 30 mil matrizes, enquanto que no Brasil a redução ficou entre 150 mil e 160 mil matrizes.

Redação SI 10/01/2003 – A suinocultura brasileira, em 2002, teve os melhores índices de exportação dos últimos anos. O Brasil exportou cerca de 480 mil toneladas de carne suína, 81% a mais que no ano anterior, quando comercializou 265 mil toneladas. Com as exportações de carne suína, o Brasil arrecadou US$ 459 milhões no ano passado, 36% a mais que em 2001. A produção no País girou em torno de 2,8 milhões de toneladas de carne suína e Minas Gerais respondeu por 10% desse número, 280 mil toneladas.

O bom desempenho nacional no mercado externo, no entanto não se refletiu internamente. Muitos produtores abandonaram a atividade em razão dos altos custos dos insumos e dos baixos preços praticados. Segundo José Arnaldo Cardoso Penna, presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), o custo de produção na suinocultura chega em Minas Gerais, a R$ 2,10 por quilo e o preço de venda do quilo vivo gira em torno de R$ 1,95. Principalmente em Minas Gerais, 2002 foi um ano para ser esquecido, ressalta.

Pelo bom resultado em 2001, criou-se muitas expectativas e os produtores investiram, ocorreu superprodução e os preços despencaram, afirma Cardoso Penna. Segundo ele, ocorreu no estado redução no plantel de 30 mil matrizes, enquanto que no Brasil a redução ficou entre 150 mil e 160 mil matrizes. Cardoso Penna informa ainda que no Brasil existem 2,4 milhões de matrizes, sendo que 10% desse rebanho está em Minas Gerais. O Estado é o quarto produtor de carnes do País, com 160 mil matrizes em granjas tecnificadas.

Para Cardoso Penna, a com a posse do titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, a pecuária brasileira poderá aumentar sua participação no mercado externo. Os suinocultores estão esperançosos com o novo ministro, já que é homem de trânsito internacional o que poderá impulsionar nossa atividade. Além disso, será necessário que se crie um programa para adequar a produção ao mercado tanto nacional quanto internacional, acredita.

Segundo ele, é importante também que o Brasil faça prospecção de outros mercados consumidores para não ficar tão dependente da Rússia, que responde por 80% das exportações brasileiras de carne suína. O Japão é o maior importador de carne suína do mundo. Por ano, o País compra o equivalente a metade da produção brasileira, cerca de 1,4 milhões de toneladas. É um mercado que poderá ser explorado pelo Brasil, observa Penna.

Em dezembro de 2002, a Rússia restringiu a entrada de carne suína proveniente de Santa Catarina, o maior exportador brasileiro, responsável por 70% das vendas externas de carne de porco no País, por suspeita de contaminação do rebanho pela doença de Aujesky. As medidas já estão sendo tomadas, uma missão brasileira irá a Rússia, no próximo dia 20, para reverter a suspensão de carne suína brasileira. Com o embargo, se o Brasil não tomar providências logo, 2003 será pior que o ano passado para a suinocultura, afirma Cardoso Penna.