Redação SI 27/01/2003 – A suspensão das exportações para a Rússia da carne suína produzida em Santa Catarina abriu caminho para os suinocultores do Paraná. A suspensão ocorreu a partir do dia 24 de dezembro quando se confirmou a existência de um foco de animais com Aujeuski – doença que atinge as vias respiratórias das matrizes.
A Rússia, entretanto, deixou de comprar de Santa Catarina desde o dia 15 de dezembro. Desde então, os russos têm procurado um novo mercado importador e o Paraná está cumprindo todos os requisitos deste importante mercado externo.
De acordo com o diretor de exportação do Frigorífico Palmali, em Maringá, Luiz Fernando Carrion, a comercialização da carne suína produzida no Paraná para a Rússia só teve um aumento significativo recentemente porque os portos russos ficaram fechados de 15 de dezembro a 10 de janeiro deste ano devido as tempestades de neve.
Desde a segunda dezena deste mês, entretanto, diz ele, os pedidos não param de chegar e o frigorífico está rejeitando novos pedidos por falta de produção interna.
Para se ter uma idéia do aumento nas exportações de carne suína do Paraná, Carrion afirma que em 2002 o Frigorífico Palmali exportou o equivalente a um container de carne para a Rússia por mês. Até o último dia 22, o frigorífico já havia exportado 32 containers de carne suína para a Rússia.
Enquanto durar a suspensão do mercado de exportação de Santa Catarina, os suinocultores do Paraná devem comemorar o novo mercado e a garantia de bons preços.
Carrion lamenta, entretanto, que o Paraná não tenha uma política de exportação mais agressiva, semelhante à de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. `Se tivéssemos uma política voltada para a exportação, o Paraná já tinha que ter tomado providências para evitar que os animais doentes de Santa Catarina entrem no Paraná`, criticou.
Apesar da crítica, Carrion é otimista com relação ao mercado de carne suína no Paraná para este ano e afirma que os produtores paranaenses devem aproveitar o momento de exportação e a alta do preço da carne. `Para se ter uma idéia do aumento`, afirma Carrion, `em dezembro do ano passado o mercado externo pagava US$ 680 por meia carcaça suína. Hoje a mesma peça é comercializada a US$ 900.`