Redação SI 30/01/2003 – A viagem de uma comitiva brasileira à Rússia, para negociar a retomada das exportações de carne suína, que estava prevista para hoje, foi adiada para depois do dia 5 de fevereiro.
A embaixada brasileira na Rússia foi informada de que as autoridades européias estavam reunidas em Genebra e por isso não podiam receber a missão brasileira esta semana.
O secretário de Agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, disse que o adiamento preocupa toda a cadeia produtiva, pois enquanto as exportações não são retomadas, o Estado deixa de recolher divisas e os estoques podem provocar um excesso de oferta do produto.
O prejuízo estimado é de US$ 35 milhões mensais, pois somente ano passado a Rússia importou 377 mil toneladas de carne suína das 450 mil toneladas vendidas pelo Brasil. Para este ano, a expectativa era vender pelo menos 300 mil toneladas para a Rússia, apesar de uma política de cotas que estabeleceu a compra de 450 mil toneladas de carne suína pelo país.
Sopelsa disse que, além de 18 mil suinocultores no Estado, existe uma série de pessoas ligadas ao setor, como as agroindústrias, os transportadores e outros fornecedores de insumos.
Ontem (29), o secretário esteve na feira agropecuária Tecnoeste de Concórdia, com o governador Luiz Henrique da Silveira, onde ouviu a preocupação dos suinocultores em relação a continuidade da crise do setor.
Sopelsa disse que conversou com o governador e, caso não seja marcada uma audiência com os russos na primeira quinzena de fevereiro, vai solicitar a intervenção do presidente da Luís Inácio Lula da Silva.
Sopelsa ainda disse que o Brasil não pode perder o mercado russo de carne suína, sob pena de ser um baque grande demais para o setor produtivo do Estado. A viagem será coordenada pelo Ministério da Agricultura e de Relações Exteriores.