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Soja vale tanto quanto o ouro como aplicação

Renda do grão para o produtor cresceu 62% em 2002.

Da Redação 13/02/2003 – Os preços recebidos pelos produtores de soja, descontada a inflação, aumentaram 62% em 2002, o quarto ano consecutivo de boa remuneração para essa área. A valorização do dólar e a boa demanda pelo grão no mercado externo favoreceram os agricultores, que desde 1999 aumentaram em mais de 30% a produção brasileira.

Como aplicação, a soja só perdeu para o ouro, que teve valorização real de 64,7% em 2002, e ficou à frente do dólar comercial, que subiu 35,6%, e do CDB prefixado (4,6%).

Neste período, a poupança caiu 0,7% e a Bovespa recuou 25%, segundo levantamento da Tetras Corretora, de São Paulo.

“Nos últimos anos, os produtores ganharam muito”, diz Renato Sayeg, diretor da corretora.

Conseqüência da boa remuneração foi o expressivo aumento da colheita. A safra de soja em 2002 somou 41,97 milhões de toneladas, 10 milhões de toneladas a mais em relação à produção de 1999, que somou 31,37 milhões, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As previsões para este ano indicam crescimento de 14% da safra.

No Paraná, os preços da soja ao produtor nos últimos 12 meses subiram ainda mais, com alta de 84%. Segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), a saca de 60 quilos é negociada a R$ 41,50, enquanto no mesmo período de 2002 os agricultores recebiam em média R$ 22,50.

Na Chicago Board of Trade (CBoT), que é a referência para o mercado internacional, as cotações futuras subiram 33,8% em 2002 e alcançaram US$ 5,65 o bushel (US$ 207,61 por tonelada).

A tendência ainda é de alta por conta da boa demanda da China e do Japão, acentuada por temores de guerra. “Nestes momentos de crise, os ativos reais, como commodities agrícolas e metais, têm a preferência dos investidores, em detrimento das ações”, diz Sayeg.

Outro resultado da boa remuneração é a modernização do maquinário. Segundo Robson Mafioletti, técnico da Ocepar, mais de 25% dos tratores e colheitadeiras brasileiras foram renovadas nos últimos anos, como reflexo dos bons preços dos produtos e do Moderfrota, linha de crédito do BNDES, iniciada em 2000.