Redação AI 24/03/2003 – Os 96 produtores de Campo Grande (MS) e municípios próximos que fornecem aves à Frangovit não serão prejudicados pela concordata pedida pela empresa. A garantia foi dada pelo gerente-industrial, Elineu Penaraizer. Segundo ele, a crise atinge todas as indústrias brasileiras que dependem da venda de aves para o mercado interno, como é o caso da Frangovit, que exporta somente 2% da produção da unidade de Campo Grande e da de Londrina (PR), onde está a sede da Comaves Indústria e Comércio de Alimentos.
Nos dois Estados, a empresa acumula dívidas que somam R$ 27 milhões. Devido à alta do dólar, somente no ano passado o prejuízo chegou a R$ 6,5 milhões na filial de Mato Grosso do Sul. Com a concordata, as dívidas podem ser pagas em até três anos. Mas, os poucos que vão continuar sendo pagos em dia serão os agricultores, que atualmente estão entregando, em média, 37 mil aves por dia à indústria. Quando foi pedida a concordata, no final de janeiro, os abates estavam na casa dos 45 mil/dia. Em função desta queda, o número de funcionários na filial de Campo Grande recuou de 360 para 272.
Mesmo assim, garante Elineu, a crise está sendo superada, pois o preço do milho e da soja, principais insumos na engorda das aves, está recuando. Mas a provável saída da empresa será a formação de uma espécie de cooperativa. Credores, funcionários e produtores estão tentando formar uma sociedade para administrar a indústria e evitar que chegue ao estágio de falência. A pretensão, depois disso, é ampliar os abates diários para 65 mil aves, superando o pico de 60 mil atingido há cerca de dois anos.
A Frangovit, primeiro abatedouro instalado em Mato Grosso do Sul, funciona há 12 anos na Capital e é uma das poucas do setor que ainda não caíram nas mãos do capital internacional, como ocorreu com as empresas da região sul do Estado.