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Meio ambiente e controle de desperdícios

O suinocultor brasileiro, de uma forma geral, tem feito a sua lição de casa quanto à diminuição de desperdícios e preocupação ambiental?

Redação SI 01/04/2003 – “Não”. Afirma o engenheiro agrônomo e consultor em Gestão Ambiental, Cícero Bley Júnior. “A cultura ambiental atual da suinocultura brasileira é centrada equivocadamente no controle dos impactos ambientais. Enquanto mergulhada em desperdícios de águas e insumos essenciais como as rações, a atividade chega a índices de perdas de 30% do que consome, produzindo volumes desnecessários de esgotos, que se traduzem em altos custos de investimentos e custeio das operações de manejo ambiental”, explica.

Segundo ele, de uma maneira geral os esforços feitos pelos produtores e pelas empresas que os integram à produção industrial não vêm surtindo os efeitos esperados e a suinocultura é permanentemente pressionada pelo Estado, por meio de seus Órgãos Gestores de Meio Ambiente, pelo Ministério Público e pelos seus próprios vizinhos em conflito pela qualidade ambiental, para encontrar soluções mais eficientes e duradouras para os problemas ambientais que gera.

“Para encontrar uma suinocultura ambientalmente adequada e sustentável, independente da escala de produção, os recursos técnicos se encontram nos conceitos da Gestão Ambiental (um método de abordagem seguro, que não se atém somente ao tratamento dos impactos ambientais, mas propõe a identificação e o controle dos aspectos ambientais da produção, que geram esses impactos) são altamente indicados para este fim”, diz Cícero Bley.

Nova produção – No entanto, o engenheiro agrônomo aponta que há necessidade da difusão deste novo modo de produzir suínos, abordando das edificações ao manejo zootécnico, iniciando pelo controle dos indicadores ambientais principais (como o consumo da água, energia e rações, dejetos e mortalidades), reformando e projetando edificações para que não induzam desperdícios e não sejam vulneráveis à entrada de águas de chuvas nos dispositivos sanitários. “Manejando o plantel e as instalações de maneira controlada e dando manutenção eficiente aos sistemas hidráulicos e de distribuição de rações, o produtor poderá ter uma significativa redução no volume de resíduos desperdiçados”, alerta.

Em outras palavras, a saída para a adequação ambiental da suinocultura brasileira, por meio da adoção de um modelo de Gestão, a ambiental, será capaz de produzir grandes transformações no modo de produzir suínos.

Pela adoção da Gestão Ambiental aplicada pode-se proporcionar a sustentabilidade e capacitar a suinocultura a usufruir dos avanços de mercado que se avizinham, sem excluir os produtores atuais, sem ser uma atividade impossibilitada de conviver no cenário social e sem ser condenável por ser degradante do bem comum, o meio ambiente, águas, solos, fauna e flora, que afinal suportam as próprias atividades de produção e a vida do produtor”.

Agradecimentos especiais a Cícero Bley Jr. pela atenção e envio do rico material sobre Gestão Ambiental na Suinocultura.