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Goiás

Bons atrativos chamaram a atenção para a instalação de megaprojetos como o da Perdigão, no município de Rio Verde. Porém, o Estado pede mais apoio ao governo federal para a abertura de créditos e de mercados no exterior.

Redação SI (Edição 168/2003) – Goiás aparece como um dos Estados promissores para a atividade suinícola. Hoje existem 400 granjas em operação no território. São 470 mil animais alojados, gerando uma produção de 86.028 toneladas de carne suína (números de 2002). De acordo com a Associação Goiana de Suinocultores (AGS), para 2003, Goiás deverá aumentar a sua produção para 91.620 toneladas de carne suína.

Boa parte dessa produção abastece o mercado local, sendo também escoada para outros Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Para o mercado internacional, a suinocultura goiana chegou a exportar para a Rússia, Hong Kong e Mercosul, em 2002.

De acordo com Eugênio Arantes Pires, presidente da AGS, o governo de Goiás, junto ao Banco do Brasil, tem disponibilizado vários convênios e incentivos para a instalação de novas empresas na região, como foi o caso da Perdigão, em Rio Verde. “Nesses casos, são assinados contratos de financiamento com o Fundo Constitucional do Centro Oeste (FCO), além de parcerias com a companhia elétrica do Estado (Celg) e a Agência Goiana de Transporte (Agetop)”, revela. Segundo ele, o governo goiano ainda presta assistência técnica por meio da Agência Rural e Secretaria do Meio Ambiente.

Os maiores atrativos da região para novos empreendimentos suinícolas têm sido a grande produção de grãos (milho/soja /sorgo), disponibilidade de terras férteis, planas e em grandes extensões, água de boa qualidade, clima estável e frete e transporte facilitados, com rodovias e ferrovias transitáveis o ano todo. Foi o que atraiu a instalação de uma unidade da Perdigão no município de Rio Verde. O complexo logo terá capacidade para abater 500 mil frangos e 7 mil suínos por dia, quando as obras de expansão – iniciadas recentemente – forem concluídas. Porém, o custo médio de produção de suínos em Goiás, pode ser considerado alto, cerca de R$ 1,71 por quilo do animal vivo.

Sobre os impostos, Pires explica que hoje os produtores e frigoríficos credenciados junto à Agência Rural e à Secretaria Estadual da Fazenda, pagam ICMS de 3% sobre a pauta estipulada pela Receita do Estado, e os não credenciados pagam 12%. (Ver tabela abaixo.)

Propostas – Segundo a AGS, em Goiás, existem duas épocas de safra de milho – a safra propriamente dita, com o plantio que vai de outubro a janeiro e a colheita de março a junho -, e a safrinha, cujo plantio é feito entre fevereiro e março e a colheita entre junho e julho. “O custo da saca de milho na safra outubro/2001 a junho/2002 ficou em torno de R$ 11,00, já na safrinha (fevereiro e março de 2002), o preço da saca subiu para R$ 18,00”, compara Eugênio Pires.

“A tendência é elevar estes custos da saca de milho na próxima safra, de acordo com o aumento dos insumos, hora, trator, trato das culturas, entre outros”. Segundo ele, o grão é produzido na própria região, onde destacam-se três pólos de alta produção: Rio Verde, Itumbiara e Anápolis.

Para melhorar a suinocultura e a rentabilidade do produtor goiano, o presidente da AGS sugere que este novo governo invista na organização da cadeia produtiva e que os produtores de suínos tenham créditos subsidiados e abertura de novos mercados com taxas de exportações compensatórias.

Já o prefeito de Rio Verde, Paulo Roberto Cunha, em recente entrevista à imprensa goiana, afirma que “qualquer reforma tributária que se faça servirá para os municípios perderem recursos. Esse é o meu receio. E as prefeituras, que são as mais fracas na cadeia produtiva, pode perder ainda mais. Acho que passa da hora de se abrir crédito para as prefeituras para, por exemplo, adquirir máquinas. Temos dificuldades até mesmo para manter o maquinário”. Segundo o prefeito, a arrecação mensal de Rio Verde é de R$ 6 milhões, o que ele considera insuficiente para atender às demandas de obras e serviços.