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Deputados vão investigar distorções no preço da carne suína

Nos próximos dias será instalada uma Proposta de Fiscalização e Controle (PFC), para verificar como é a cadeia de produção e distribuição da carne suína.

Redação SI 05/06/2003 – Uma comissão da Câmara dos Deputados vai investigar as distorções no preço da carne suína, que segundo os produtores não remunera quem produz, mas chega cara aos supermercados e açougues. Nos próximos dias será instalada uma Proposta de Fiscalização e Controle (PFC), para verificar como é a cadeia de produção e distribuição da carne suína.

A investigação foi solicitada à Comissão de Agricultura da Câmara, em audiência na terça-feira (3), pelos produtores de nove estados brasileiros. Representantes dos criadores discutiram com técnicos do Ministério da Agricultura e os vários parlamentares membros da comissão soluções para a grave crise que o setor vem enfrentando há 16 meses.

O deputado Moacir Micheletto, do Paraná, pediu a criação de uma comissão permanente com técnicos do Ministério da Agricultura e representantes do setor a fim de gerar políticas públicas que tirem o setor suinocultor da grave crise em que se encontra. Para Micheletto, é fundamental que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tenha grande capacidade de armazenamento para evitar o desabastecimento do milho, como se deu no final do ano passado e desse ano.

De acordo com os criadores de suínos, a carne de porco sai das propriedades a R$ 1,45 o quilo e chega ao consumidor por até R$ 6,00 (costela). Eles buscam uma saída para a crise que assola o setor há mais de um ano. “Mesmo considerando que um terço do animal é descartado, estamos recebendo menos da metade do preço da carne. Existe alguma coisa errada no meio do caminho”, diz revoltado o suinocultor Osvaldo Rodrigues, de Ponta Grossa.

Existem criadores que identificam melhoria no setor. “Quase todo mundo parou de criar porcos. Quem agüentou até agora está se sentindo um pouco mais aliviado”, diz Juraci Santos, de Catanduvas, localidade de Carambeí. Dezenas de criadouros estão vazios na região e muitos produtores trocaram a criação de porcos por cabras.