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Suinocultor tem 60 dias para renegociar dívida

Governo federal suspendeu temporariamente os débitos do setor com financiamentos.

Redação SI 23/06/2003 – Os suinocultores do Paraná terão um prazo de 60 dias para tentar renegociar as dívidas de financiamentos que venceriam entre os meses de junho e julho deste ano. O governo federal resolveu suspender os débitos temporariamente. A notícia foi na quarta-feira (18) durante uma reunião entre representantes dos suinocultores, indústria da carne, vigilância sanitária animal, supermercadistas, câmaras setoriais e cooperativas, em Curitiba. Novas linhas de crédito deverão ser ofertadas nos próximos dias.

A notícia animou os produtores de suínos do Paraná que vêm amargando prejuízos desde o ano passado. Os principais motivos são o preço do insumo (soja e milho tiveram bons preços e rendimentos no ano passado) e os baixos preços pagos aos produtores (R$ 1,20 por quilo). O custo da produção seria de R$ 0,70 por quilo. Esta semana, o preço do quilo do porco começou a reagir e chegou a R$ 1,40 para o produtor.

Para sair da crise, os suinocultores apostam numa campanha de conscientização para a população da importância do consumo do porco. A campanha envolveria as redes supermercadistas que revendem o quilo do suíno por R$ 2,60 em média, enquanto o quilo do frango custa R$ 1,80 em média.

O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Orlando Pessuti, se comprometeu a marcar uma reunião com as quatro principais redes supermercadistas (Sonae, Carrefour, Extra e Wal-Mart) para discutir o assunto. Somente as quatro redes teriam 60% do varejo de Curitiba e região metropolitana. ””Acho que existe como viabilizarmos a campanha. Mas teremos que ter patrocínios de empresas””, disse o presidente da Associação Paranaense dos Supermercados (Apras), Pedro Joanir Zonta.

Os cálculos apresentados ontem durante a reunião demonstraram que, nos últimos dois anos, a carne suína teve uma queda de preço de 22% para os suinocultores. No entanto, o presunto (industrializado da carne de porco) nos supermercados teve um aumento de 22%. Mesmo com a crise no setor, a produção deverá chegar este ano a 6,4 milhões de cabeças de suínos. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de suínos, com uma produção total de 38,2 milhões de cabeças.

Ficaram acertadas reuniões mensais entre os diversos setores produtivos para buscar alternativas de crescimento do setor, evitando a queda de produção e o desemprego no campo. Recentemente em Cascavel, o produtor Pedro Lupatini, que havia 30 anos criava suínos, resolveu encerrar as atividades. Ele estava acumulando prejuízos de cerca de R$ 12 mil por mês. Agora, Lupatini está se dedicando a produzir milho e soja.

Estão sendo estudadas ainda criação do Consesuíno – conselho estadual composto por toda a cadeia produtiva e da União dos Suinocultores. Os dois órgãos seriam criados para buscar entendimentos e dividir a lucratividade entre produtores, indústria, açougues, abatedouros e supermercados.