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Brasil pede revisão de cota de exportação de frango à Rússia

Governo russo impôs salvaguardas ao produto em abril, afetando as vendas brasileiras.

Redação AI 23/06/2003 – O governo de Moscou avisa: o Brasil não voltará a exportar carne de frango para o mercado russo na mesma proporção que o fez em 2001 e 2002. Em abril, o Kremlin impôs salvaguardas à carne de vários países, afetando as exportações do produto brasileiro.

Diante das queixas feitas pelo governo brasileiro, Moscou concordou em rever o valor das cotas que designaria ao País. Mas o vice-ministro do Comércio e Desenvolvimento da Rússia, Maxim Medvedkov, alerta que esta ficará abaixo do que o Brasil exportou em 2002.

Segundo o decreto russo, o frango estrangeiro teria de respeitar uma cota de 744 mil toneladas para entrada no país. O volume foi repartido entre os principais fornecedores do produto, entre eles Estados Unidos, Canadá, Austrália e Brasil, que ficou autorizado a exportar apenas 33 mil toneladas neste ano, ou seja, menos de 5% de tudo o que a Rússia comprar.

O problema, segundo os brasileiros, é que a base usada para o cálculo da divisão incluiu o fluxo de comércio de 1999, quando o Brasil exportava um volume menor para a Rússia. Em 2002, as vendas de frango do País para o mercado russo foram de 195 mil toneladas, o que equivale a 19% de toda a importação de Moscou. “A nova cota não permitirá o mesmo nível de exportação de 2002. Não seria uma situação realista”, explicou Medvedkov.

O que o governo quer é que essa nova cota, que será definida em outubro e começará a valer em 2004, respeite pelo menos a porcentagem que o Brasil ocupava no mercado russo até 2002. Se a lógica for respeitada, o País poderá exportar 150 mil toneladas, volume cinco vezes maior que o oferecido por Moscou.