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Crise na suinocultura atinge criadores e causa retração

Grande parte dos produtores já reduziu o rebanho em até 15%.

Redação SI 25/06/2003 – A forte crise financeira está obrigando os suinocultores a reduzirem  planteis para evitar prejuízos. A situação é tão crítica que grande parte dos produtores já reduziu o rebanho em até 15%. A maioria dos criadores possui dívidas de financiamento junto aos bancos e não tem como pagar as contas. Hoje o suíno está sendo vendido a preços que variam entre R$ 1,40 a R$ 1,50 o quilo enquanto que o custo de produção é de aproximadamente R$ 1,70. O preço mínimo, segundo alguns especialistas, deveria ser de, pelo menos, R$ 2,00 o quilo para que o produtor pudesse  registrar margem de lucro.

O presidente da Associação Regional dos Suinocultores do Oeste do Paraná (Assuinoeste), João Batista Manfio, que também faz parte da Comissão de Suinocultura da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), explica que o motivo para a redução no número de animais está relacionado com um período de, aproximadamente, 16 meses de prejuízo. “O produtor não tem de onde tirar dinheiro e a única alternativa é diminuir o patrimônio para sobreviver”, argumenta. O Paraná possui aproximadamente 7 mil produtores e desse volume 38% estão concentrados no Oeste.

João Manfio, explica que a maioria está com dívidas junto aos bancos e não tem como pagar a conta. Por causa disso a Associação Brasileira de Suinocultores participou de uma audiência pública em Brasília com os deputados da bancada ruralista. Os produtores pediram apoio para pedir ao Conselho Monetário Nacional o alongamento das dívidas. Um estudo feito pela Assuinoeste dá conta de que só no Banco do Brasil, os produtores paranaenses devem cerca de R$ 11 milhões. São empréstimos que foram contraídos para investimentos em instalações e para alimentação do rebanho.

Os produtores acreditam que daqui por diante a tendência é de um equilíbrio entre a oferta e a procura e com isso há expectativa para reação de preços. “Os produtores que resistirem poderão trabalhar com lucro, mas ainda está sendo registrada redução no plantel”, argumenta João Batista Manfio. Ele diz que o consumo da carne suína se manteve estabilizado, mas há especuladores ganhando demais na chamada cadeia produtiva. “É impossível acreditar que um pé de porco considerado um subproduto dos mais baratos, seja vendido a R$ 3,50 o quilo enquanto que o produtor ganha apenas 1,40 pelo suíno vivo”, diz.