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Faeg pede ao governo que interceda pelo produtor

A má fase de comercialização do milho continua tirando o sono dos dirigentes de entidades do setor rural.

Da Redação 02/07/2003 – A má fase de comercialização do milho continua tirando o sono dos dirigentes de entidades do setor rural, que já admitem uma recomendação pública para que os produtores reduzam o plantio do produto na próxima safra. De um pico de preço de mais de R$ 30,00 a saca na entressafra passada, o milho caiu para R$ 17,00 a R$ 18,00 no início da colheita e hoje já pode ser encontrado até a R$ 13,50 nas principais regiões produtoras do Estado.

“Esse preço que está aí não cobre os custos de produção, que seguramente não ficaram abaixo de R$ 15,00 por saca e o produtor não pode se dar ao luxo de correr riscos tantas vezes seguidas”, diz o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Macel Caixeta. Ele afirma que tratará do assunto, amanhã, durante audiência com autoridades do Ministério da Agricultura, na busca de alternativas que amenizem os prejuízos dos produtores.

Plantio
“Se não encontrarmos solução, vamos recomendar aos produtores que, na medida do possível, evitem plantar milho na próxima safra”, diz Macel Caixeta, lembrando que alguns são obrigados a optar pelo produto devido à necessidade de rotação de cultura. De acordo com o presidente da Faeg além dos preços baixos, o mercado de milho está praticamente parado, pois os consumidores goianos, em especial as granjas, não estão fazendo estoques físicos e os compradores de outros estados tradicionalmente só entram no mercado goiano após a comercialização da safra dos Estados do Sul, principalmente do Paraná.

Macel Caixeta reivindica medidas emergenciais do governo, dentre elas a liberação das Aquisições do Governo Federal (AGF), tendo em vista que os estoques oficiais estão completamente esgotados. Além disso, ele defende um rearranjo nos valores dos prêmios para o escoamento de estoques para o Nordeste, que hoje são altamente favoráveis ao Paraná. Segundo ele, transportado por navio, cujo frete é mais barato, o milho do Paraná chega ao Nordeste a R$ 21,56 a saca, enquanto o de Goiás, que só tem a opção rodoviária, chega à região a R$ 24,20.

O analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes, explica que para o milho do Paraná o governo paga um prêmio de R$ 7,94 para escoamento para o Nordeste, enquanto para o de Goiás o prêmio é de apenas R$ 4,90. “É uma política incompreensível, pois privilegia o Paraná no mercado nordestino, em detrimento da competitividade de Goiás, justamente o Estado com menores condições para exportação do produto”, diz Pedro Arantes, argumentando que as vendas de milho do Centro-Oeste para o exterior só ocorrem depois de comercializada a safra dos Estados mais próximos dos portos.