Redação SI 01/08/2003 – O principal motivo da alta dos preços pagos pelo suíno vivo na região Sudeste do Brasil, se deve exclusivamente a forte diminuição que teve a produção de suínos principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Esta é uma das conclusões do Analista de Mercado do Instituo Cepa, Jurandi Machado. Naquela região, a suinocultura teve um decréscimo na sua produção de até 18%, “isto é um vale muito profundo”, explica.
O comércio do suíno vivo que ocorre do sul para o Sudeste, normalmente em pequena quantidade, agora está acontecendo num volume maior devido a este vazio naquela região. “Isto é que está dando sustentabilidade e puxando o preço do suíno para cima”, explica Jurandi. Mas no estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul somente a partir do mês de setembro é que deverá haver uma reação mais forte no valor do suíno, quando começar a faltar produto nestas regiões.
Para o futuro, baseado em pesquisas, Jurandi prevê que a suinocultura tem tendência de perder a competitividade. Isto porque, principalmente na região oeste de Santa Catarina, se tem trabalhado na suinocultura há mais de 50 anos e isto tem um impacto ambiental muito grande, há uma dificuldade de se produzir com bio segurança. “Isso são variáveis, que num futuro muito próximo vai pesar na competitividade”, adianta. Esta tendência de perda de competitividade pode ser eliminada na medida que a cadeia produtiva montar estratégias de acordo com a produção e se adequar com a situação.
Jurandi alerta que o que pode inviabilizar a suinocultura não é a falta de mercado, ou as causas tarifárias, mas o grave problema da questão ambiental, causado por dejetos de suínos e que devido ao crescimento sem limites da produção, acabou tornando-se um sério risco para o futuro da atividade e de sobrevivência da população.