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Estado de emergência

O preço do suíno em Santa Catarina subiu 7% este mês. Mas os criadores acham que isso é pouco. As granjas continuam fechando.

Redação SI 01/09/2003 – Uma granja com capacidade para 500 matrizes faliu no mês passado. Depois de 23 anos na atividade, o criador Osvaldo Simionato não resistiu. Ele foi obrigado a parar e demitir os funcionários. “Há cinco famílias desempregas. Eles moravam aqui. Eu nunca enfrentei uma crise tão grande”, contou.

O criador que faliu está em Belo Horizonte (MG) tentando outra atividade. Ele deixou sua mulher, a agricultora Nilva Piroli, para cuidar da propriedade. “Ele está montando uma fábrica de reciclagem e trabalhará por lá. Não tem outra solução. É por aí que teremos de seguir em frente”, justificou.

Crise de desemprego


A crise atinge o comércio dos pequenos municípios. Em uma loja, o vendedor só acende a luz na área de ferragens e materiais para a agropecuária quando aparece um cliente. O movimento caiu em 80%.

A queda na arrecadação do ICMS chegou a 25%. Este ano, cinqüenta municípios decretaram situação de emergência, mas apenas quatro tiveram o reconhecimento do governo federal, de acordo com a portaria assinada pelo ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes.

Até agora, o governo federal só reconhecia situação de emergência em casos de enchente ou estiagens. Essa é a primeira vez que o Ministério reconhece emergência por causa do desemprego. Mas essa medida não teve nenhum resultado prático.

Há dois meses, a associação dos criadores de suínos da região espera uma resposta do governo para o pedido de renegociação das dívidas. Ela quer uma prorrogação de cinco anos.